quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fiscal pra quê?

Numa simples caminhada pelas ruas da cidade, pode-se ver um monte de gente fora da lei. Gente vendendo coisa onde não pode, edificação quase caindo dentro do rio, posto de gasolina em local indevido e por ai vai. Todos esses comportamentos, ou quase todos, estão previstos em alguma peça de lei. Tem Código de Postura, Lei Orgânica, Plano Diretor..... Lei é o que não falta em nosso País e em nossas cidades. Mas por que é que sempre se reclama que as leis não são cumpridas?
O ideal seria que não fosse preciso ter lei para tratar, muitas vezes, de coisas que bastariam ser tratadas com bom senso, boa educação, noção de respeito. Mas não estamos tão evoluídos assim e a educação é um processo lento e gradativo. Por isso, é preciso limitar as ações da pessoas com as tais leis.
Mas elas de nada adiantam quando não são cumpridas. Como é que se resolve isso? Com uma fiscalização eficiente, presente, constante e acompanhada de um processo educativo. Não é simplesmente proibir por proibir, mas é preciso mostrar os porquês de tal e tal coisa ser proibida. E a fiscalização tem que ser insistente, não pode se corromper, tem que ser firme, sem ser autoritária e tem que imputar sanções a quem insiste em transgredir.
Os municípios tem que investir pesadamente em fiscalização, caso contrário serão sempre reféns da 'falta de noção' por ignorância ou proposital de muitos habitantes.
A cidade seria um paraíso se ninguém parasse o carro em local probido, se ninguém jogasse lixo na rua ou no rio, se não se colocasse som além do que nossos ouvidos podem ouvir sem se prejudicar, se ninguém colocasse produtos de lojas nas calçadas, se não houvesse gente vendendo coisas em cada esquina, mas apenas nos lugares permitidos, que seriam limpos e seguros.... Ah, a cidade ideal! Que pode existir sim, desde que o assunto seja tratado como prioridade.

É isso. Mais fiscalização!!!!! E temperada com muita educação.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cuidado com a matriz!!!

Quando a gente vai ficando madura e amplia nossa consiência sobre nós mesmos, começamos a ver o que sempre esteve a um palmo de nosso nariz, mas passava batido. Entre essas coisas, uma delas é enxergar nossas matrizes (pai e mãe) com mais lucidez. Não estou falando de afeto, amor - para quem nutre esses sentimentos por suas matrizes - falo apenas de enxergá-las como outros seres humanos, diferentes de nós, apesar de ter nos originado.
Muitas vezes, nos reconhecemos na matriz justamente naqueles aspectos que não nos dão o menor orgulho ou prazer de conviver. Sabe aquela velha história: você é igualzinho ao seu pai!!!! Pois é: mesmo que não se queira ou se admita, a matriz é poderosa, como diz minha sábia amiga Flavinha. Difícil ser moldado por ela e sair impunemente, sem 'sequelas'.
Durmamos com este barulho!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Costume de passar o chapéu

Assisti ontem à noite, na praça Getúlio Vargas, a uma apresentação de dança do Grupo Marcílio Bastos. A noite estava fresca, pelo menos fora de casa, e o clima me fez pensar num monte de coisa: primeiro, como é gostoso ir à praça à noite, ver o espaço cheio de gente, convivendo e em paz. Adoro quando as pessoas se misturam. Acho que é a única forma de aprender a conviver, a respeitar o diferente, é quando está todo mundo junto misturado, fazendo a mesma coisa. Ali, estávamos todos vendo as apresentações.
Esse é um ponto.
O outro é que, no discurso do Marcílio Bastos, ele agradeceu aos patrocinadores e disse que a Prefeitura estava dando uma grande ajuda ao grupo. É comum que as pessoas pensem assim, que a Prefeitura ajuda isso ou aquilo. Neste caso (assim como em tantos outros), o que acontece é justamente o inverso: quem está 'ajudando' (apesar de não achar que este verbo se encaixe aqui) é o Marcílio e seu grupo. Eles é que estão oferecendo lazer e entretenimento à população, em praça pública. É papel da Prefeitura oferecer saúde, educação.... e cultura, por que não? E a Prefeitura oferece cultura através do trabalho dos artistas da cidade. Ninguém está fazendo favor a ninguém. Esse pensamento, presente inclusive nos artistas, ajuda a manter o equívoco de que artista tem que passar o chapéu para mostrar a sua arte, como se estivesse pedindo um favor.
E por fim...
gostaria de parabenizar o guerreiro e incansável Marcílio, que está às vésperas de apresentar seu show de fim de ano, que está na 29ª edição. Vai ser macho assim não sei onde!!!! Pra manter um grupo vivo, atuante, que não fica só na fala, mas faz de verdade. Marcílio é corajoso, lutador, sério, incansável. Um exemplo de gente que não espera acontecer.
Marcílio Bastos faz a hora! 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

E agora, José?


A Agência Câmara divulgou hoje notícia sobre parecer da Comissão de Trabalho que é favorável ao projeto que regulamenta a profissão de fotógrafo. O texto prevê adicional de insalubridade. É justo porque, afinal, fotógrafo profissional se mete em cada enrascada. Reórter fotográfico, especialmente, para pegar o melhor ângulo, se arrisca muito. Segundo o texto que está logo aqui abaixo, o fotógrafo, para exercer a profissão, terá que ter curso superior na área. Saia justa para a galera que exerce, com brilhantismo, a profissão sem ter cursado nada, tendo apenas treinado o olhar para captar a melhor imagem, com o conhecimento técnico, que adquirem, na grande maioria dos casos, na prática. De algum tempo pra cá, os jornais, para economizar, tascam uma digital na mão do jornalista e ele é quem faz a foto da matéria. Como fica isso agora? Muita água vai rolar sobre este assunto.
Aqui está a matéria da Câmara dos Deputados:

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou na quarta-feira (8) o Projeto de Lei 5187/09, do deputado Severiano Alves (PMDB-BA), que regulamenta a profissão de fotógrafo. O texto define a profissão, determina quem estará qualificado para exercê-la e discrimina as atividades que se enquadram no campo de atuação do fotógrafo profissional.
A relatora, deputada Manuela D'ávila (PCdoB-RS), foi favorável à proposta. "A atividade deve ser regulamentada e reconhecida pelo Estado, que precisa impor condições para o exercício profissional do fotógrafo", disse.
A deputada apresentou emenda ao projeto para assegurar aos fotógrafos empregados o pagamento de adicional de insalubridade. "A atividade é exercida em contato com elementos que podem vir a prejudicar a saúde do trabalhador", argumentou. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5.253/43) prevê pagamento de adicional de 40%, 20% ou 10% do salário mínimo da região, conforme classificação do Ministério do Trabalho em graus máximo, médio e mínimo de condições insalubres de trabalho.
Definições
Segundo o projeto, a atividade de fotógrafo profissional é caracterizada pelo registro, processamento e acabamento final de imagens estáticas ou dinâmicas em material fotossensível.
Poderão ser fotógrafos profissionais os diplomados por escolas de nível superior em fotografia no Brasil, desde que devidamente reconhecida; ou no exterior, desde que os diplomas sejam revalidados no Brasil, na forma da legislação vigente.
Os fotógrafos sem diploma que, à data da promulgação da nova lei, estiverem exercendo a profissão por, no mínimo, dois anos consecutivos ou quatro anos intercalados, também poderão ter reconhecida sua condição de fotógrafos profissionais, mediante comprovação de sua atividade.
Atividades
De acordo com o projeto, a atividade profissional de fotógrafo compreende:
- a fotografia realizada por empresa especializada, inclusive em serviços externos;
- a fotografia produzida para ensino técnico e científico;
- a fotografia produzida para efeitos industriais, comerciais e de pesquisa;
- a fotografia produzida para publicidade, divulgação e informação ao público;
- a fotografia na medicina;
- o ensino de fotografia;
- a fotografia em outros serviços correlatos.
Tramitação
O projeto, que será analisado em caráter conclusivoRito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: - se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); - se, depois de aprovado ou rejeitado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário., será analisado agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Notícias gostosas de saber que são reais!

Compartilho com meus poucos, mas especiais leitores, duas notícias deliciosas de se ler. Achei as duas num site que acabei de descobrir, o Catraca Livre. A primeira dá conta das campanhas de doação e troca de livros. Eu, humildemente, lancei isso no twitter, sugerindo que as pessoas, no lugar de dar esmolas quando abordadas em casa, dessem livro. A coisa não foi pra frente porque faltou marketing. A outra fala de um ex-traficante que mudou a vida por ter se apaixnado pelos livros. Ai que coisa boa demais da conta! Aqui estão para que leiam e se deliciem como eu.
A literatura reciclável
Livros para emprestar, doar e trocar. Campanhas de doação e troca de livros vêm se tornando cada vez mais frequentes proporcionando, assim, o acesso mais democrático a leitura.
Libertar um livro não é uma tarefa muito fácil. Mas, o ato de se desfazer de um livro já lido vem conquistando campanhas de incentivo mundo a fora. Só neste ano foram mais de dez ações pela cidade e interior de distribuição gratuita de livros.
A Campanha lançada ano passado, “Doe um livro” ganhou força no twitter e em redes sociais como Facebook. O responsável pela coordenação da ação é o professor da PUC-SP José Luis Goldfard.
Troca de livros
O projeto “Livra Livro” visa fomentar a troca de livros na comunidade virtual. Idealizado pelo mestre em Web Semântica, da PUC-Rio, Samur Araujo para fazer parte do sistema de trocas o usuário faz uma lista dos livros que possui e da lista que deseja. O sistema se encarrega em encontrar e coordenar a troca entre os múltiplos usuários.
O Bookcrossing Brasil um dos maiores projetos de liberação de livros também incentiva seus usuários a trocar, doar e emprestar títulos. Para isso, o usuário poderá acessar a lista de discussão no Yahoo! Groups. Em fóruns do Bookcrossing.com. Na comunidade do Orkut.
Distribuição de livros
Inspirados no projeto Bookcrossing, a Translig empresa de prestação de serviços de moto-frete lançou o projeto “Pegadas da Literatura” e estimula a troca gratuita de livros dos mais variados títulos. O projeto foi iniciado em 2008 e de lá pra cá já foram distribuídos mais de 20 mil títulos em pontos de ônibus, estação de metrô da região de Pinheiros e Vila Madalena.
Campanha Doe Pontos que virarão livros
Pontos da Livraria Cultura agora podem ser revertidos a livros para instituições que vão direto para as bibliotecas destes locais que atendem crianças e jovens. Leia mais.
Ex-traficante produz campeonato de leitura
Gilberto Dimenstein em 08/12/10
Na noite de sábado passado, ventava e caía garoa nas dezenas de crianças espremidas numa viela íngreme e tortuosa de um bairro da periferia de São Paulo (Jardim Ibirapuera), transformada provisoriamente em sala de cinema.
Leia Mais
Ninguém saía do lugar. Estavam atentas ao filme “O Garoto”, mudo e em branco e preto, de Charles Chaplin. Entre as cenas, quem dava dicas sobre o filme (além de mudo, as legendas eram em inglês) era o apresentador Marcelo Tas, que fora atraído para aquela viela por um personagem que daria um roteiro ainda mais interessante do que o que se via na tela: um ex-traficante, Anderson Agostinho (Buiú), 29 anos, que se apaixonou por livros. “Vi que também podia fazer com que as crianças gostassem de ler”, conta Buiú.
Resolveu, então, fazer misturas sedutoras. Montou um campeonato de futebol em que, para participar, todos precisam fazer parte de uma roda de leitura. Ou a leitura que antecede um filme, com direito a pipoca e refrigerante. A tela fica, na viela, em cima da casa de Buiú, até pouco tempo só conhecido por causar medo.
Leia coluna completa no jornal Folha de S.Paulo.

Discutindo a Profissão


Uma das exigências básicas para a construção de uma informação jornalística é a de que se deve ouvir, sempre, os dois (ou mais) lados de um fato. Ao ouvir aquele que acusa, é obrigatório ouvir o acusado. Sabemos que isso, no cotidiano do jornalista, nem sempre é possível e por várias razões. Tem os casos daqueles que não querem ser ouvidos, que fogem do microfone, outros que não são encontrados. Não importa o caso, o jornalista tem que procurar, mesmo que receba um não ou que não seja atendido. Tanto que é muito comum – em veículos zelosos pela ética – ouvir, assistir ou ler: “a reportagem não encontrou o fulano, ligou tantas vezes e não foi atendida, ou fulano disse que não quer dar declarações”. Pronto. Mesmo com o prejuízo para a plenitude da informação, o jornalista cumpriu sua parte.
Ao conseguir ouvir os dois lados, o jornal impresso consegue resolver bem a equação, mas nos programas de entrevistas ao vivo a coisa complica, quando um dispara a metralhadora giratória contra alguém e o tal alguém não pode responder na hora. Fica uma defasagem de tempo e audiência entre uma versão e outra. Se quem acusa falou hoje e o acusado vai falar amanhã, no mesmo horário, há uma defasagem de 24 horas e uma variação da audiência que causam prejuízo à informação completa. Quem ouviu só um dia, vai ficar com uma das versões.
Mas como resolver isso? Promover debates entre os dois, para que ambos tenham condições iguais de espaço? Seria o ideal, mas quem trabalha na área sabe que isso nem sempre, ou melhor, quase nunca, é possível. Os entrevistados não se sentem confortáveis em uma acareação ao vivo.
Como resolver então? Confesso que, apesar de ter apresentado um programa de entrevistas ao vivo, no rádio, por quase cinco anos, não achei a resposta ainda sobre o formato ideal para diminuir, ao máximo, o prejuízo do ouvinte e da verdade dos fatos. Hoje, mais madura, mais consciente, percebo que cometi erros graves neste sentido, ouvindo apenas um lado de um fato. Nunca, porém, cometi este erro propositalmente. Nunca me neguei a ouvir ninguém, seja pra acusar ou defender, criticar ou se justificar. Nunca. Mas isso não diminui o erro. É errado sim colocar mais foco em apenas um lado, destacá-lo em detrimento de seu outro lado. Os jornalistas mal intencionados, porém, fazem isso sem se corar: ouvem um lado só, convidam um lado só, usam e abusam do seu espaço na mídia para puxar a sardinha pro lado que mais lhes convêm. Mas não é disso que eu estou falando. Falo daqueles que querem atuar direito, mas encontram o “obstáculo físico” que determina que um lado seja mostrado longe do outro. O ouvinte, muitas vezes, não junta os dois para completar a informação e fica informado de forma capenga.
Então, acho que cheguei numa frase boa: programa de entrevista ao vivo é capenga. Penso assim até que alguém ou eu mesma me convença do contrário depois.




quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

No rádio, menos é mais!

Minha ligação com o rádio começou com a Universitária, da Unifei. Isso já faz tempo, muito tempo. Época em que eu, adolescendo, dormia com o radinho ligado, ouvindo Maria Betânia, Gal Costa, Chico Buarque, Milton Nascimento, Tom, Elis, João Bosco, Ivan Lins, Caetano. Era o tempo eu que eu tinha estrela nos olhos e sonhava com um herói. Bem, minhas preferências musicais mudaram muito pouco desde aquela época. Tirei da minha lista de preferidos Gal e Caetano, por exemplo. Mas isso não importa. Legal é que a Universitária tinha o som que eu queria ouvir. Alguns monitores eram bem próximos e eu pedia sempre uma seleção de músicas daquelas que eu gostava. O nicaraguense Mário Maurício era um deles. Meu irmão PC também era monitor, fazia locução e tudo.
Depois fiquei anos sem ouvir rádio. Perdi totalmente o costume. Foi uma lacuna e não saberia dizer que rumo as rádios da cidade tomaram. Uma exceção era a Estéreo Sul porque, como tocava na praça e de lá e não saía, eu acompanhava a programação.
Depois de jornalista, minha primeira parada foi numa estação de rádio: era estagiária em 1989 na Jovem FM, em Itajubá. Depois, já diplomada, atuei da Cultura AM, em Campinas, Tropical AM, em Ribeirão Preto, voltei para Jovem em Itajubá, passei pela Itajubá AM e hoje to offline.
Mas tenho ouvido bastante rádio de novo. Já cedo, no carro, acompanho um pedacinho de tudo, ouço até a Voz da Rússia. De quando em vez, a Hora do Brasil.
Bem, mas fiz essa introdução toda - que no jornalismo chamamos de nariz de cera - só pra dizer uma coisinha. Uma só. Acho que falta sobriedade aos apresentadores de programas de notícia. Não sei se uso o termo certo, mas o que quero dizer é que acho as falas muito afetadas. É preciso menos 'gordura', menos risada, menos ironia, menos intromissão, menos palpite, menos chutes, menos paixão, menos amor e menos ódio, menos, menos, menos... Menos é mais!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Gostei desta notícia também: Portaria ameaça cortar repasses de Cultura para Municípios sem biblioteca

Municípios que não tiverem pelo menos uma Biblioteca Pública Municipal (BPM), em funcionamento poderão perder os repasses do Ministério da Cultura. É o que determina Portaria assinada pelo Ministro da Cultura, Juca Ferreira.
 
O Ministério identificou também, por meio do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), que alguns dos equipamentos estaduais estão defasados. Por isso, a exigência também se estenderá aos 27 estados e Distrito Federal.
 
De acordo com o Censo Nacional foram encontrados 420 municípios sem biblioteca. O Ministério da Cultura garante que tem enviado material para a implantação das bibliotecas. Kits com 2 mil livros, mobiliário, TV, DVD e computador. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), mesmo com os kits, a abertura das bibliotecas implica em gastos, contratação de pessoal, espaço físico e manutenção, verba que a maioria dos Municípios do país não tem.
 
Para a CNM a proposta deve ser discutida e não imposta. O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski defende que cada Município instale a sua biblioteca. “Trata-se de uma ferramenta indispensável para educação, mas o seu funcionamento não pode aumentar os custos dos Municípios que estão com as contas estranguladas”, lembra.

Poesia nos ônibus. Adorei esta notícia!

Reproduzo aqui matéria do jornalista Luiz Cesar Fonseca, de Cambuí, que saiu no jornal Gazeta do Vale. Muito legal o tema. Parabéns aos que tiveram a iniciativa. Vale lembrar que projeto igual foi criado em Itajubá, pelo Ulysses, quando era vereador. As poesias seriam colocadas nos ônibus urbanos em Itajubá.




Olavo Bilac, Castro Alves, Manuel Bandeira, Gonçalves Dias, Augusto dos Anjos, Carlos Drummond de Andrade e muitos outros autores consagrados da literatura brasileira viajarão com os passageiros da Viação Princesa do Sul. O projeto ‘Circulando Poesia’ levará fragmentos das obras desses grandes poetas para dentro dos ônibus, possibilitando uma viagem mais agradável pela cidade e estimulando o acesso à cultura. A iniciativa partiu da parceria entre Academia Pousoalegrense de Letras, Academia Juvenil de Letras de Pouso Alegre e Viação Princesa do Sul.
As poesias serão divulgadas em cartazes afixados na parte interna dos 43 coletivos durante o mês de dezembro. Para o presidente da empresa, Rogério Bertoluci, o programa é um ótimo incentivo para disseminar a cultura entre os pousoalegrenses e lembrou que a idéia é pioneira na região.
A Academia Pousoalegrense de Letras (APL), a Câmara Municipal de Pouso Alegre, através da Academia Juvenil de Letras e a Viação Princesa do Sul acreditam que o projeto vai beneficiar a todos, uma vez que levará a cultura a milhares de pessoas que não têm acesso a ela, em suas viagens nos ônibus.
Os fragmentos das poesias foram selecionados pela APL, seguindo um rigor literário. De acordo com Horma de Souza Valadares Meireles, membro da Academia, o nome do projeto é sugestivo. “O povo circulando em um circular que circula poesia. Com o tempo, as pessoas vão entender que o momento do ônibus pode servir para absorver a cultura”.

*Com informações da Ascom/Câmara de Pouso Alegre

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A angústia da generalidade

Vez e outra me bate uma angústia por ser tão generalista. A vida toda generalista. Tenho uma inveja daquelas pessoas que vão a programas de TV falar sobre um determinado assunto sobre o qual sabem pra caramba. Na minha vida de jornalista, sempre fui generalista. Na Folha, escrevia sobre tudo: cidade, saúde, política, até esporte eu me atrevi uma vez. É certo que a matéria ficou um samba do crioulo doido porque não entendo absolutamente nada sobre o assunto, não acompanho as notícias e não sei falar sobre.
Mas escrevia de tudo um pouco. Na verdade, todo mundo começa assim mesmo. A maioria fica assim pelo resto da carreira, mas alguns se especializam aqui e ali. Claudia Collucci, por exemplo, companheira de Folha, em Ribeirão Preto, especializou-se em reprodução humana e hoje é uma das autoridades - em termos de informação - a respeito. Galeno Amorim era, na mesma época, correspondente do Estadão, em Ribeirão Preto. Especializou-se em assuntos ligados à literatura e à leitura. E assim temos alguns parcos exemplos, aos quais invejo brancamente.
Depois assessorei escolas, entidades, políticos, orquestras, empresas.... Sempre com um leque variado de assuntos para trabalhar, sem aprofundar em um determinado.
Passadas muitas águas embaixo das pontes, tornei-me secretária de Governo, a convite do atual prefeito de Itajubá. Mais uma vez, generalista. Aquela que lida com todo tipo de coisa e com nenhuma delas a fundo. A convite do mesmo, virei secretária de comunicação e a história se repete.
No meio do caminho, entrei para a graduação de Psicologia. Meu objetivo era escrever sobre comportamento. Apaixonei-me pelo estudo do comportamento, graças também à minha excelente professora Gucha. Mas e quem disse que eu consegui, do alto dos quarentão, fazer uma nova graduação de cinco anos? Abandonei, apesar de que o pouco tempo de curso me abriu centenas de portas e janelas na cabeça.
Continuo hoje, 21 anos depois de formada em Jornalismo, com a lacuna da generalidade. O problema é que tanta coisa me interessa.... Um dia me acho!