segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Que saudade do Cine Presidente de Itajubá!!!

Ao escrever meu texto postado agora há pouco, fiquei lembrando de quando Itajubá tinha cinema. Já foram vários, enchiam os dedos de uma mão, o que não era pouco para uma cidade deste tamanho. Agora temos nenhum. Nenhumzinho sequer para que a gente possa se arrumar pra sair de casa, comprar uma pipoca na porta, viajar na trama do filme, namorar no escurinho... tudo de bom! Lembro-me quando saía do Cine Presidente depois de um filme e parecia que a cidade estava diferente. Eu é que estava diferente. Na sala de cinema, é só você e o filme. Não tem campainha tocando, vizinho gritando, alguém te pedindo alguma coisa. A hora do filme dentro do cinema é a licença que a gente tira para poder pensar, sonhar, se emocionar.
Quanta saudade do Cine Presidente e também do Alvorada. Se não estou enganada, a última vez que fui lá foi pra ver Barbra Streinsand, num filme em que ela era cantora. Nem lembro mais o nome. Algo como estrela (star), sei lá. Só sei que a estrela daquele pedaço hoje é o Magazine Luisa, vendendo cada vez mais aparelhos de TV, pra que as pessoas não sintam saudade do cinema.
Mas eu sinto. E principalmente do Presidente, onde eu ia mais. A última vez que fui lá foi pra ver O Sexto Sentido. Não sei não, mas meu terceiro olho está vendo que aquele tempo bom não volta nunca mais. Tivemos uma promessa esperada de que o Shopping Vila Nova teria duas salas de cinema. Puseram água na boca da gente e até agora, nada.
Pipoca, beijo na boca, o lanterninha, a Bala Chita..... Eu era feliz e não sabia.

Os jovens não têm mais o que fazer?

Não, não tem. Jovens, em cidade como Itajubá, não têm nada o que fazer. Já disse isso várias vezes neste espaço porque é, realmente, uma coisa que me incomoda demais. Na falta de algo útil a se fazer, é claro, caem na gandaia. Eu sei que tem época pra tudo, que o início da juventude é um mundo de delícias e altas descobertas, hormônios à flor da pele, sexo começando a ser possível, curiosidade sobre tudo o que tem por aí. E a droga reinando poderosa nesse meio, fazendo de reféns aqueles que não têm outras coisas mais interessantes pra curtir.
Os municípios precisam de políticas públicas para a juventude, que envolvam a Cultura, a Educação, o Esporte, a Promoção Social, o Meio Ambiente, enfim, tudo pode ser articulado e conectado para ações coordenadas que ofereçam uma alternativa à droga. Não adiantam ações isoladas e temporárias. É preciso um sistema completo, integrando todas essas áreas citadas, pegando os meninos e meninas em todos os aspectos e ambientes que eles possam estar.
Itajubá não tem teatro, nem oficinas. Não tem cinema. Não tem, por exemplo, espaço público em que essa meninada possa aprender a tocar um instrumento, possa aperfeiçoar os passos de dança de rua. Não tem um espaço em que a moçada possa se divertir sem que seja a mesa de um bar. Fica difícil concorrer com o ócio, vizinho da droga.
Essa história é, realmente, uma droga!

   

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

É tempo do verde em meu coração!

Pára o mundo que eu quero descer. Hoje está sendo um dos dias mais felizes da minha vida. Meu filhotinho mais velho (ah, tão novinho, praticamente um bebê), foi aprovado na Universidade Federal de Itajubá, depois de amargar uma angústia danada na fila do SISU. Agora, além de fila do SUS, tem fila do SISU também. Mas, eita fila boa essa, quando chega a nossa hora.
É a hora do Caio. O primeiro ano do resto da vida dele. Eu estarei sempre aqui, ao lado, pro que der e vier.
Sempre tentei estar atenta a tudo o que se passava com meus filhos. Mas tive e ainda tenho muita culpa por ter me dedicado tanto ao trabalho, ao longo desses 20 anos de profissão, tendo que deixá-los, muitas vezes, sem mim. Meu coração esteve sempre ao lado, mas minha presença física nem sempre. E isso, em alguns momentos, me corroía de dor.
Apesar de ter tido pouca quantidade, no limite do que minha vida permitiu - o que ainda hoje é assim - espero que a qualidade de minha relação com meus pequenininhos lhes sirva por toda a vida. Com ou sem mim.
Que respeitem os outros, não agridam ninguém, que gostem de conviver com as diferenças, sejam solidários com quem precisa, que sejam otismistas, tenham fé na vida, tenham amigos em quem confiar, que creiam em Deus - seja qual for a forma que se queria dar a Ele - que tenham ética na profissão e na vida, que sejam felizes e façam os outros felizes também. É a semente que quis plantar, ao lado do Luiz, o pai mais doce que alguém pode ter. Os dois tiveram a mesma sorte que eu, com meu velho e, hoje, tão sofrido pai.
Fica aqui compartilhada com todos a minha alegria, meu orgulho pelos meus filhos. Ivan, seja feliz sempre. Caio, meu querido, parabéns! Estou sempre aqui.



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Diário de Anne Frank, perseguida pelo trabalho! Corra Lola, corra!

Tem gente que eu vejo andando devagarinho pela rua, que dá até gosto. É a senhorinha que vai, calmamente, à padaria; a outra que volta de uma volta pelo centro, onde foi para olhar as vitrines; tem ainda a outra que sai da igreja e volta para casa para preparar o jantar pro marido. Passo após passo, num ritmo de dar inveja (às vezes, só).
Não sei se algum dia eu serei vista assim, caminhando apenasmente. Eu, geralmente, caminho sempre por algum motivo: é pra ir de um trabalho ao outro, para suprir a casa de mantimentos, para participar de uma reunião, para tentar emagrecer, para isso isso e mais isso. Ufa!!! Pernocas pra que te quero!
Hoje, por exemplo, a coisa foi 'braba': 6 da madruga, o despertador grita e nada há mais a se fazer além de levantar a carcaça e sair pra lida. A rotina começa. Atende o filho que sai pra escola, banho, café, internet para se informar, atualizar site, levanta, corre, entra na rádio, entra no ar, sai do ar, corre, almoça, escritório político, visita em imóveis, reunião na escola, colaboração para um projeto cultural. Socorro!!! Já são mais de 22h. E pensa que acbaou? Nada. Comida pro filho - aquele que pulou da cama às 6 - blog, emails, bate papo virtual, receber o marido para prosear sobre como foi o dia...........
Quero colo!!!!!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Livros só mudam pessoas!

Transcrevo, abaixo, um texto que eu retirei do blog 'Livros só mudam pessoas', sobre a importância de se cultivar o hábito da leitura. Queria que Itajubá tivesse uma biblioteca viva, cheia de atividades de incentivo à leitura. Uma não. Muito mais que isso. Uma biblioteca que tivesse braços itinerantes, que pudesse ir buscar o leitor onde ele possa estar. O potencial leitor.
Queria eventos ligados ao livro, projetos de distribuição deles, livros na rua, gritando, chamando leitores por todos os lados. Ah, essa é a cidade que eu sonho!

Vale ler este texto, assim como vale conhecer o projeto da Colômbia, que se chama Rede Capital de Bibliotecas Púiblicas, de Bogotá. Maravilhoso!


Embora haja conquistado alguns avanços no setor da educação, o Brasil ainda se encontra longe do patamar louvável de qualidade na escola pública. Registra-se, sobretudo, notória omissão no sentido de se incentivar os alunos no encaminhamento ao hábito da leitura, com o objetivo de neles desenvolver a capacidade de compreender diversificados tipos de texto. Recentes avaliações comprovam que, em países líderes na tabela do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, entre eles a Finlândia e o Canadá, o hábito de ler decorre, principalmente, do estímulo recebido em casa e da influência exercida pelos pais e familiares.
Um exemplo preciso da eficácia desse produtivo estímulo vem da Coreia do Sul, país que há 60 anos detinha elevados índices de analfabetismo. Para superar o problema, foi introduzida uma reforma educacional que incluía a leitura como item fundamental ao desenvolvimento do ensino de alto nível. Empresas, fundações e as próprias famílias se reuniram em torno do projeto, merecendo registro especial o fato de que uma das maiores redes destinadas à educação, denominada Crianças e Bibliotecas, nasceu da iniciativa de um grupo de mães resolutamente decidido a aprimorar os conhecimentos e as aptidões de seus filhos. Os excelentes resultados não se fizeram esperar: a Coreia do Sul atualmente ocupa uma das lideranças na aferição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos.
No Brasil, lamentavelmente, o apego aos livros não é cultivado nem mesmo em meio a alguns mestres. Partindo da premissa de que todo tipo de leitura é válido e contribui, cada qual a seu modo, para a ampliação do discernimento cultural, é constrangedor constatar que são ignorados, por inúmeras escolas, tanto os clássicos da literatura nacional e internacional quanto jornais, revistas e, até mesmo, “blogs” da Internet, todos eles portadores de inegáveis parcelas de contribuição ao costume de ler.
Como já não existe o estímulo em casa, a atuação ineficiente de algumas escolas praticamente em nada contribui para atrair a atenção dos estudantes em relação aos livros. Os analfabetos funcionais se multiplicam, portanto.
Em outros casos, entretanto, ocorre o inverso. Os professores podem exigir além do recomendado para faixa de conhecimento e tornar improdutiva a leitura de obras clássicas pela difícil compreensão, inadequadas para a faixa etária das crianças e adolescentes para a qual elas são prescritas. Às voltas com um livro cujo conteúdo escapa à natural capacidade de entendimento da sua idade, os alunos terminam por rotular de “chata” a literatura como um todo, algo visto como uma obrigação enfadonha e não, como a forma inesgotável de entretenimento e descobertas que realmente é.
Ainda que seja sempre indiscutível a importância da escola no processo de aprendizado, vem se impondo, cada vez mais, o consenso de como é importante a contribuição da família para contagiar os filhos quanto ao saudável interesse por livros, jornais e revistas, com o cuidado de ressaltar o que significa, na consolidação da autoestima de cada um, o fato de tornar-se informado, atualizado e competente para o exercício de futuros desempenhos profissionais.
Fonte: Diário do Nordeste

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A coisa está esquentando!

As eleições municipais, em Itajubá, estão dando o que falar. Ajudei a dar o start nas discussões, postando um texto aqui sobre os nomes que já estão na berlinda. A partir daí, comentários de pessoas ligadas, de alguma forma, ao tema e postagens no blog do Zezinho Riêra - que já quis ser prefeito e hoje comenta e analisa o cenário político local - estão dando sequência a esta importante discussão para que a cidade possa avançar.
Tem gente que torce o nariz porque enxerga que essa discussão restringe-se a nomes, viabilidades eleitorais, interesses individuais. Mas eu entendo que é preciso aprofundar mais a discussão. O que deve estar na pauta, mais do que puramente nomes, é programa, política pública que cada grupo pode oferecer, condições de governabilidade. Nome é importante, claro, mas história e comprometimento político são muito mais.
Hoje, participo de uma reunião do Partido dos Trabalhadores em que a conjuntura local estará na pauta. Tenho uma tese a defender, baseada na experiência que venho acumulando na política local, desde 2001, quando iniciei no rádio aqui em Itajubá. De lá para cá, vi muita coisa acontecer. Vi sob vários ângulos. Vi com o olhar de quem está dentro da organização partidária; vi também com os olhos de cidadã; sob a ótica eleitoral, quando das minhas contribições em campanhas; vi também com os olhos de quem participou de governo municipal. Conheci mais de perto as pessoas que estão fazendo a política de Itajubá, suas intenções, sua forma de atuação.
Minha tese, por motivos óbvios, não vou escancarar aqui, já que se trata de uma discussão que ainda está no âmbito do partido. Só gostaria de manifestar meu desejo de que as alianças, as aproximações de partidos e/ou pessoas, não tenham apenas o critério da viabilidade eleitoral. Governo construído sobre esta base não faz cidade nenhuma avançar. É preciso ter afinidade programática, responsabilidades definidas, ideais e ações não-conflitantes. 
É isso! 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quis saber o que é o desejo...

Hoje, na vinda de BH para Itajubá, viemos ouvindo, em grande parte da viagem, Chico Buarque. Numa seleção de primeira (como se houvesse algo diferente disso na obra do Chico) do meu amigo Rogério Azevedo, ouvi canções que há tempos não ouvia, outras que me arrepiam, tantas que marcaram momentos da minha vida, outras que parece que foram feitas pra mim. Esgotei o apetite do meu coração. Havia tempos, não ouvia essa, cuja letra transcrevo aqui:

Tanta Saudade

Era tanta saudade
É, pra matar
Eu fiquei até doente
Eu fiquei até doente, menina
Se eu não mato a saudade
É, deixa estar
Saudade mata a gente
Saudade mata a gente, menina

Quis saber o que é o desejo
De onde ele vem
Fui até o centro da terra
E é mais além
Procurei uma saída
O amor não tem
Estava ficando louco
Louco, louco de querer bem

Quis chegar até o limite
De uma paixão
Baldear o oceano
Com a minha mão
Encontrar o sal da vida
E a solidão
Esgotar o apetite
Todo o apetite do coração

Mas voltou a saudade
É, pra ficar
Ai, eu encarei de frente
Ai, eu encarei de frente, menina
Se eu ficar na saudade
É, deixa estar
Saudade engole a gente
Saudade engole a gente, menina


Ai, amor, miragem minha, minha linha do horizonte, é monte atrás de monte, é
monte, a fonte nunca mais que seca
Ai, saudade, inda sou moço, aquele poço não tem fundo, é um mundo e dentro
um mundo e dentro um mundo e dentro é um mundo que me leva


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Puxa saco. Tolerância zero!

Num papo descontraído entre amigos que têm conhecidos em comum, hoje, no fim da tarde, surgiu a figura patética dos puxa-sacos. Fomos até pesquisar a origem da expressão. Segundo o Doutor Google, o saco, a que se refere a expressão, é o saco de guardar coisas dentro. Similar de pasta, sacola, bolsa, "emborná". O puxa-saco é, pois, aquele que carrega o saco pro outro, numa demonstração irritante de bajulação. Isso derruba o estranhamento que um de meus amigos tinha com a expressão, já que ele considerava este saco como sendo de um outro tipo. E, assim, a puxada seria pra lá de desconfortável, indo contra o sentido da bajulação.
Pois bem, filosofias sobre o puxassaquismo levaram a outras reflexões. Por que uma pessoa se presta a puxar o saco da outra? Seria em benefício da outra, para bajulá-la de tanto amor que se devotaria a ela, ou em benefício próprio, do puxador mesmo?
No âmbito do afeto, comum entre amigos verdadeiros e familiares, o puxassaquismo até pode ser em benefício do outro. Assim, tem-se a mãe ou o pai que puxam o saco do filho, de tanto amor que lhe devotam. O amigão do peito que puxa o saco do outro amigão.
Mas, no âmbito do trabalho, da política, o puxassaquismo pelego é, sem dúvida, em benefício próprio. E o pior é que ele causa outros comportamentos daninhos. O cara que puxa saco dedura o companheiro de trabalho para agradar ao patrão. Dependendo do caráter do puxa-saco, ele inventa mentiras contra um colega de trabalho para se destacar mais que ele. Ele faz fofoca pro patrão, como forma de se mostrar íntimo, confidente, de confiança. Todo mundo já viu ou convive com alguém assim, eu aposto.
O puxassaquismo é uma forma de esconder sua própria mediocridade, arma de incompetentes, patéticos.
E o pior é que os puxa-sacos ficam crentes de que não o são. Fazem caras e bocas pro patrão e pensam que ninguém está percebendo. Patéticos. Todos os puxa-sacos deveriam andar com um espelho à frente, para se corarem de vergonha dessas demonstrações de pequenez.
Tolerância abaixo de zero com gente desse tipo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Oportunidade cai do céu ou do inferno?

Rogério Correia, meu colega de faculdade e hoje, apresentador do Globo Esporte, defendia a teoria de que não existe talento ou vocação. O que existe, para ele, é apenas oportunidade. Sectário nesta tese, à época, Rogério insistia em dizer que as pessoas se dão bem ou mal por questão de oportunidade e não porque tenham algum talento natural ou uma vocação adquirida.
Confesso que não sei se ele tinha razão. Nem sei se ele ainda pensa assim. Só sei que oportunidade a gente pode criar. Ela nem sempre cai do céu e do inferno. Depende da querência da pessoa. Se a pessoa quer - o que quer que seja - ela dá um jeito de que as circunstâncias sejam favoráveis. Se não quer, fala que não teve oportunidade, como se ela caísse mesmo de algum lugar no nosso colo.
É possível até, como diria Chico Buarque, "ajeitar o meu caminho pra encostar no seu". Se tem querência, a oportunidade se apresenta.
Pra cavar uma oportunidadezinha, a gente sempre sabe como fazer: manda um recado nas entrelinhas, deixa escapar uma fala (ato falho poderoso) ou escancara mesmo a vontade de que aquela coisa se consuma.
Oportunidade é cria nossa.

Política local em início de efervescência!

Está claro que o assunto mais palpitante é a política local. Desperta mais curiosidade, suposições, antenas ligadas. Neste blog, não entram comentários de anônimos, não que eu os proíba. Até porque não saberia como fazer isso. Ainda nem descobri como moderar os comentários. E eles entram do jeito que o comentarista posta, tranquilamente. Até agora, nenhum deles teve teor reprovável.
Mas em outros ambientes, as pessoas, com a possibilidade de se protegerem atrás do anonimato, são, muitas vezes, cruéis. Agridem mesmo. E agridem com mais fúria se o assunto é a tal política local.
Uma das armas preferidas para a agressão é a ironia. Penso, porém, que a ironia, sem uma boa dose de inteligência, é pura grosseria.
A política local está dando os primeiros sinais de que vai ferver para as próximas eleições. No próximo sábado, o PT local se reunirá para tratar, entre outras questões, dessa conjuntura. Será uma boa prosa, bom debate, até porque terá opiniões divergentes. Outros partidos não sei como se movimentam neste sentido.
Tenho notícias de que muitas conversas de bastidores já estão acontecendo não no âmbito de partidos, mas entre os políticos mesmo, de forma individual. E o cenário, em breve, começará a se desenhar. Esperemos pra ver. Continuo curiosa para saber que caras terá a próxima eleição. Ouço dizer de alianças improváveis. Custo a acreditar em algumas, mas, enfim, isso acontece!
Quem viver verá!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Outras lágrimas nos bobos olhos!

Sinto como se meus filhos estivessem de visita. E é chegada a hora de irem embora, saírem pro mundo, serem eles mesmos. Quanta dor isso traz! É como parir de novo, romper o cordão, urrar de dor!
- Corram, meus filhos, que a vida não espera. É uma Primavera e vocês não podem perder. Eu só teria a minha agonia para lhes oferecer!
Experimento, neste momento, outras lágrimas nos bobos olhos. Lágrimas de emoção, de tanto amor que guardo eu meu coração. Amor por Caio e Ivan, que parece arrombar meu peito.
Partam cantando, sem nunca perder de vista o amor que os fez nascer.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Quem será o próximo prefeito de Itajubá?

Vira e mexe me pego pensando: pensando em como será a próxima eleição municipal aqui em Itajubá. Dia desses, amigo meu disse que essa cidade é o fim do mundo. Não penso assim. Itajubá é uma cidade fértil, onde muita coisa precisa ser feita. Pra alguns, a falta das coisas é desanimadora. Pra outros, a falta de algo é um estímulo, um incentivo para buscar que as coisas sejam feitas.
Digo coisas quando quero dizer o quê fazer, vida cultural interessante, oportunidades de trabalho, enfim, de coisas.
Bem, mas voltando ao prefeito, temos menos de dois anos para decidir qual será o futuro próximo. A quem entregaremos a batuta? A um maestro medíocre, que, por mais que tenha bons músicos, terá uma orquestra medíocre? A um maestro competente, que conseguirá tirar bom som de músicos medíocres? A um maestro brilhante que tirará excelente som de músicos também brilhantes? Nós é que vamos escolher a qualidade do som e o repertório.
Temos nomes circulando na praça. "Tão falando no Vadinho!", como diria minha amiga Nilda Bitencourt. Circulam nomes como o de Chico Marques (que encontrei na porta da Assembleia, em BH, recentemente), Jorge Mouallem (que também encontrei na porta da Assembleia, num papo amigável com o Bala. Estranhei, mas acontece!), alguém do PT, Renato Nunes, Leandra, Rodrigo Riêra (que já declarou abertamente que está no páreo), Raimundo Silva..... "Tão falando tanta coisa no Vadinho!".
Bem, mas estou ansiosa para saber como ficarão as alianças, como o atual prefeito angariará apoio para tentar a reeleição, quem se unirá em torno de quem.
Quem viver, verá!
PS: De acordo com comentários no meu facebook, mais nomes na lista dos prefeitáveis: Paulino, Doutor Ricardo... Assunto palpitante!
Outro PS: Zezinho Riêra apontou a ausência de Ulysses, como se eu o quisesse livrá-lo do tiroteio. Nada disso. Ulysses é evidentemente um norme forte, aliás, fortíssimo, na minha opinião, mas não creio que vá se candidatar por agora. E do PT, temos também Laudelino. A lista está engrossando. Júlio Anselmo, em comentário abaixo, citou professor José Luiz.
Quem viver, realmente, verá!

O que me faz companhia

Poesia me faz companhia. Música também. Mas gosto de gente perto para dividir tudo isso. Um bom vinho, um tango de Piazzola ou Chico na vitrola. Livros perto da mão, cheirinho de sopa, de cafezinho, de cera no chão. Se tiver uma chuvinha na janela então.... Eta vida besta!!!!
Pra este sábado à tarde, com cara de que vai chover de mansinho, aqui vai uma poesia de um autor moçambicano que me foi apresentado (não pessoalmente) dia desses: É Mia Couto, que escreve assim:

Para Ti

Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

Eu não quero ser só!

Tenho que me acostumar a viver mais só. Meninos não mais meninos. Companheiro em viagem. Isso tem sido cada dia mais comum aqui em casa. E eu, desconfortavelmente, experimentando a sensação da solidão, de quem fugi minha vida inteira.
Para os mais próximos que, porventura, tenham condições de cuidar de mim, um pouco que seja, quando eu estiver bem velha, meu aviso precoce: nunca me deixem só. Quando eu não mais tiver condições, me ponham numa casa movimentada, cheia de gente de todo tipo, que veio de todo lado, com histórias diversas de vida. Quero ir prum asilo, daqueles bem animados, com velhinho maluco, velhinha que ficou esclerosada e fala palavrão bem alto, kkkkkkkkk. Acho que me divertiria. E não vou me sentir abandonada pela família coisa nenhuma. Quero sociabilizar sempre, eternamente. 
É urgente mudarmos nossa cultura, de apego familiar. Velhinhos ficam bem entre velhinhos. Assim como deixamos as crianças na creche e os mais crescidinhos na escola, velhinhos também podem ficar em espaços adequados para sua condição, sua idade, seu cuidado. Não é sinal de abandono, é afeto também.
Já tô avisando: eu quero ir pra um asilo, que poderia, muito bem, mudar de nome e conceito. Devia chamar, por exemplo:  Bar Esperança,  Prá lá de Marakesh, Túnel do Tempo........ Aceito sugestões para minha e nossa morada.

Meu coração restou cheio de coisas movimentadas!

- Pelo jeito, 'minina', nada de atualizar o blog por esses dias, não é? Vai desistir?, pergunto eu pra mim mesma.
- Vou não. É que, nesses dias, as coisas foram muito movimentadas e eu chegava só no bagaço em casa. Aí a coragem dava lugar pra uma preguiça de dar gosto.
Voltei pra rádio, comecei o trabalho na coordenação da comunicação do Ulysses, semana cheia de novidades, emoções, primeiras vezes... Guimarães Rosa sabia que meu coração, esta semana, restou cheio de coisas movimentadas. Mas como "tudo me quieta, me suspende e qualquer sombrinha me refresca", já estou nova em folha para blogar. O difícil é escolher qual das coisas desta movimentada semana merecem e podem vir pra este espaço aqui.
Bem, vou começar pela rádio. Ô que delícia que foi! Recebi tantas mensagens de boas vindas que fico morrendo de dó de mim de ter que deixar o programa. Mas como já tinha dito aqui, com o novo trabalho de coordenação de comunicação, não terei condições de fazer programa diário. É puxado! Estou pensando num programa semanal, pra falar de política e de outras coisas movimentadas. Sei lá, vamos ver!
Recebi no estúdio uns meninos que dão bom exemplo, como voluntários de cursinho pré-vestibular assistencial. Muito legal esta iniciativa de proporcionar o ensino a quem não tem dindin pra pagar um cursinho particular. A gente sua pra pagar a mensalidade! Um dos tais meninos é egresso de um cursinho desse e hoje, aluno da Universidade Federal de Itajubá. Nota 10 pra essa galera! A Prefeitura bem que podia dar mais condições para eles trabalharem.
O comandante do agora 56º Batalhão da PM, Tenente Coronel Diovanny Ribeiro, sentou-se a minha frente também para falar dessa mudança de companhia pra batalhão. Desde que voltei a viver em Itajubá, isso já há mais de 10 anos, havia essa expectativa. Quero ver, agora, quem se apropriará deste feito. Isso acontece!
Falei também de Carnaval, de água e esgoto, de emprego, de trânsito, de política... Na próxima semana, vou colocar o twitter na área, para receber perguntas e comentários de ouvintes. O meu é twitter.com/celiarenno. Foi sugestão de um amigo, que me acompanha atentamente e briga comigo quando acha que eu podia ter dito o que eu não disse no ar. Isso acontece!
Na coordenação da Comunicação do Ulysses, contagiei a toda a equipe com a 'ferveção' que fica minha cabeça. Saem todos, das reuniões, com as tampas das chaleiras pulando sobre as cabeças. Muita ideia, muita ânsia de fazer coisas bacanas, energia de sobra para arregaçar as mangas e fazer um trabalho sério e digno. E criativo! Até porque eu não aguentaria trabalhar mornamente. Sou fervida por natureza.
É tempo do verde em meu coração. De uma alegria de juventude, de um frio na barriga mais de contentamento que de medo. "Hê, de medo, coração bate solto no peito: mas de alegria ele bate inteiro e duro, que até dói, rompe para diante na parede."


sábado, 5 de fevereiro de 2011

De volta ao rádio! Terça-feira é o dia!

Já tive a oportunidade de dizer aqui o tanto que eu gosto de apresentar no rádio. É uma rotina sem rotina. Todo dia na mesma hora, no mesmo local, com o mesmo tempo. Faça chuva ou sol, deu a hora, você entra no ar. Mas é também um sem-rotina frenético porque, a cada dia, o mesmo ambiente é cenário de um assunto completamente diferente do outro. Assim, no estúdio, entra vereador, sai sindicalista, entra prefeito, sai professor, entra padre, sai estudante, entra esse, sai aquele...
Todo dia, apesar de alguma experiência acumulada, sempre senti um frio na barriga antes de entrar no ar. Medão de errar na dose, de afinar na hora em que é preciso ter energia pra perguntar. Medo tremendo de perguntar já afirmando. Rotina, pra mim, é frio na barriga.
Estou há uns três anos fora do ar. Fora do ar só no rádio porque ando ligada sempre. Muitas vezes, no 220.
Na próxima terça-feira, começarei a matar um pouco da saudade do meu tempo na 'latinha'. A convite de José L. Mafra, diretor da Rádio Jovem FM, volto a apresentar o Informativo 987. Mas temporariamente, até que chegue o novo profissional para assumir o programa que ancorei por cerca de 5 anos.
Estou ansiosa para saber como será essa nova rotina. Não sou mais a mesma de ontem, alguns personagens da cidade não são os mesmos - assim como minha relação com eles - quem ia à rádio naquele primeiro tempo como oposição ao poder constituído, hoje é situação. Frio na barriga, muito frio.