sábado, 27 de novembro de 2010

Aprendendo com Riobaldo

(...) a gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a idéia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é."


Eu tenho alergia à raiva. Igualzinho minha querida Ana Raquel, que não pode encontrar uma formiga que acaba no hospital, é a raiva a minha formiga venenosa. Entra pelos meus póros, entope minhas veias, até fechar a garganta. Raiva a gente tem que fugir dela. O melhor antídoto é o perdão. Mas é mercadoria custosa de se encontrar por aí. Tem que pelejar pra achar.


Acredito que uma hora dessas, acabo topando com ele por aí. Por enquanto, vou lendo e relendo as divagações tão reais de Riobaldo, autor do pensamento aqui de cima. 

Um comentário:

  1. Riobaldo é iteligente. A raiva é a perda de soberania do enraivecido. A raiva permite que o objeto se sobreponha e domine a razão do sujeito.
    Não sei se o melhor antídoto é o perdão. Mas com certeza esconder a raiva, ter vergonha de sentí-la não é o melhor caminho. Explodir de ódio, chutar a parede, gritar e excomungar o objeto alivia e acalma.
    Mas precisa retomar o domínio da razão, travar o bom combate e vencer de fato o objeto da raiva.
    Abandonar o campo da batalha, jamais.

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