quarta-feira, 27 de abril de 2011

Exageros da imprensa

Há tempos observo o quanto as reportagens de TV exageram na dose. Nos casos de violência, especialmente, elas não se contentam em apresentar a notícia e os desobramentos que interessam ao público, mas fazem capítulos e mais capítulos do que, no fim das contas, não interessa mais. Casos recentes ilustram bem isso: quando a pobre menina Isabela Nardoni foi jogada do prédio, a notícia era essa. Mas não, as TVs levaram horas e mais horas mostrando o carro do casal acusado chegando, saindo... a casa dos avós abrindo, fechando ... a entrada no presídio, a saída no presídio, a chegada do advogado... e isso, isso e mais isso. Já não tinha mais notícia naquilo. O fato era: a menina foi assassinada, havia suspeitos e uma investigação. Qual foi o resultado disso? Era só isso que precisava ser noticiado, mas as emissoras gastaram horas incrementando a notícia, tornando aquele espetáculo de horror ainda mais incrível.
Idem agora com o caso daquele brutal crime na escola em Realengo, no Rio. Espetaculizaram a notícia. Esticaram o mais que foi possível, dando espaço ao que já não era mais notícia.
Isso, na minha opinião, tem um efeito muito ruim. A coisa parece que vira minissérie de TV. O vilão é mostrado de todos os ângulos, de todas as formas. Vira um galã. Galã do horror, mas galã.
Sem nenhum embasamento científico para fazer tal afirmação, eu arriscaria dizer que isso faz aumentar a violência. Mentes frágeis acabam querendo a mesma notoriedade e cometem atos parecidos. Se observarmos atentamente, podemos ver que sempre que acontece algo com essa super repercussão, dias depois, a coisa se repete.
Isso era muito comum quando as TVs mostravam, sem parar e até as últimas gotas de desinformação, as brigas nos estádios de futebol. Não dava outra. No próximo jogo, o pau comia solto. Dias depois do caso de Isabela Nardoni, a imprensa registrou um ou dois semelhantes.
E hoje, no meu facebook, a notícia de que em Passos, aqui no Sudoeste de Minas, uma escola está em pânico porque alguém escreveu nas paredes os nomes das meninas que iriam morrer em breve. Pode ser apenas para chamar a atenção. Mas, é preocupante. Cria-se um clima de insegurança, de violência, que atinge todo mundo. Ninguém ganha com isso.
A TV devia usar mellhor seu tempo. Tanta coisa importante para se falar, para ajudar a mudar as cidades, a cultura das pessoas, mas não, gostam de sangue mesmo. Tem gente que fala que é porque isso é que dá Ibope. É sim, é verdade. Mas dá Ibope porque a TV quer assim e estimula isso. Quero ver quando a TV deixar de espremer as notícias até não poder mais. Não vai adiantar o expectator querer ver porque não terá pra ver. Ele precisa ser estimulado a gostar de arte, cultura, cidadania, meio ambiente.........
É isso!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sonhos não envelhecem


Quais eram os meus sonhos quando eu tinha 14 anos? Era ter um namorado publicamente, que eu pudesse sair de mão dada pela rua, sem ter que esconder de pai e mãe. 14 anos era a data acordada em família como o marco inicial para minha liberdade de namorar. Antes disso, tudo devidamente escondido. E a culpa inerente à família católica mineira era minha diária companheira. 22 de julho de 1981 era a data da minha primeira passagem para esta liberdade.
E aos 24, quais eram os sonhos? Formada em jornalismo, morando em Ribeirão Preto, meu sonho era me casar, ter minha casa, ganhar a liberdade de morar junto publicamente, sem a culpa, aquela tradicional, leal companheira de tantos anos. 6 de abril de 1991 foi a data. Liberdade para morar com um homem, publicamente e sob as bençãos de pai e mãe.
Aos 34, onde andavam meus sonhos? 2001 era o ano. Recém chegada a Itajubá, de volta a morar na terra natal depois de quase 15 anos fora, meu anseio era pela liberdade financeira. Exercer a profissão de jornalista em Itajubá é uma atividade penosa. Mercado restrito, salários baixos... Este era o perrengue do ano de 2001. Voltar a depender do marido para as mínimas despesas ou para os pequenos luxos não é fácil. Não pra mim. Nunca foi. Sonhei com mais esta liberdade e a conquistei, trabalhando duro, multiplicando as possibilidades de ser profissional em Itajubá.
Aos 44, que completarei em julho, o que mais posso querer? Namorar consegui. Casar, idem. Trabalhar também. E agora, Maria? Qual é o sonho de uma mulher aos 44? Só conto depois que realizá-lo. 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cavalheirismo encanta



Coisa mais gostosa não existe que ser tratada com cavalheirismo seja pelo amigo, marido, namorado,  irmão, pai, primo ou pelo patrão. É muito confortável e até surpreendente por ser tão raro. Fico pensando que não seria 'feministicamente' correto pensar assim: que o homem deve deixar a mullher se servir primeiro à mesa, que deve deixá-la passar à frente quando os dois estão entrando por uma porta, que ele deva abrir a porta do carro pra ela entrar. Querem-se direitos iguais e por que, então, o privilégio de ser tratada assim, com prioridade?
Quando a gente vê uma cena como esta: um homem abre a porta pra mulher entrar no carro, a gente logo identifica o cavalheirismo. Se for o contrário, a coisa cheira submissão e servidão, não é mesmo? Razões na cultura e na história.
Mas, na verdade, todas as pessoas deviam agir assim, não é? Independente do gênero, é bacana sempre dar o melhor lugar para o outro, deixar que o outro se sirva primeiro ou escolha primeiro seja lá o que for. Mulher com mulher, homem com homem, gay com mulher, mulher com homem, homem com gay, homem com mulher.... Não interessa. O melhor é sempre colocar o outro em primeiro lugar. 
Mas que ser tratada com cavalheirismo é bom, ah, isso é bom demais. Pena que tão raro! 

Vejam se essas cenas não chocam.





domingo, 24 de abril de 2011

Estimula a tu bebé desde el vientre

Ainda quero conhecer a cidade de Bogotá, na Colômbia, para ver de perto este programa maravilhoso de incentivo à leitura, que transformou a realidade local, uma cidade marcada pelo tráfico de drogas e todas as danosas consequêcias disso. Agora, li no site da BibloRed, a rede de bibliotecas públicas, esta notícia sobre a importância da leitura aos bebês, quando ainda estão nas barrigas das suas mães. Não fiz isso quando gestei meus dois filhos, mas cantei para eles, quase que todo o tempo. Caio tornou-se guitarrista e Ivan, baterista. Terei eu contribuído com isso? Quem conhece mulheres grávidas, deve sugerir que leiam para seus filhotes. Eis aqui a informação:

Estimula a tu bebé desde el Vientre!!!

Leerle a tu bebé desde el vientre materno es un forma de estimularlo,  que le ayudará a  despertar sus sentidos,  estrechar  la relación con su madre, ser más expresivo y tener capacidad de captar con más prontitud los conocimientos. ¡Participa de los talleres programados en la Bebeteca de BibloRed en la Biblioteca Julio Mario Santo Domingo!
La importancia de la lectura durante la gestación

Desde antes de nacer, los bebes ya pueden tener contacto con la lectura, a través de la voz de su mamá o de su papá, quienes pueden leerles, contarles cuentos, leerles rimas y canciones.

La lectura puede ejercer un papel importante en el desarrollo de los niños y sirve sobre todo para crear lazos de unión y afectividad entre los bebés, sus padres y su entorno. A partir de la lectura a los bebés, los padres podrán relacionarse y comunicarse con su hijo, preparándolo para su nacimiento.

Es importante que las futuras madres sean conscientes de la necesidad de aprender a transmitir el amor a la lectura a través del afecto ya que así también aseguramos futuros lectores, con mayores herramientas para enfrentar su futuro.

Se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava....

Em Itajubá, minha cidade, o estado das vias públicas é sempre tema que está na ponta da língua dos críticos e também dos leigos usuários. Por muito tempo, ouvi o argumento de que os problemas com a pavimentação eram inevitáveis e praticamente sem solução porque o solo é úmido, encharcado. Não sou engenheira, assim como a absoluta maioria das pessoas não é, mas acho que este argumento é mais tolo que .... (pense numa coisa bem tola e a encaixe aqui). A engenharia está aí pra isso, para resolver estes problemas. Não há nada sem solução, especialmente, uma coisa corriqueira como esta.
Itajubá está com asfalto novo em muitas ruas. Não conheço a qualidade do serviço porque não conversei com nenhum especialista sobre isso, mas acho que o "tempo é o melhor termômetro" para atestar a qualidade desse tipo de serviço.

Os problemas urbanos, comuns a todas as cidades, precisam do uso do conhecimento produzido na academia. Em Itajubá, temos várias áreas sendo aprofundadas nos bancos escolares e nos projetos de pesquisa. Precisam ser aplicados na cidade. Trago aqui um exemplo disso: união entre saber e fazer. Vale a leitura para quem gosta do tema.



ABCP realiza curso sobre pavimentos permeáveis
20/04/2011
Nos dias 26 e 27 de abril a ABCP realiza o curso “Projeto e construção de pavimentos permeáveis”, com o objetivo de transmitir informações sobre a gestão da drenagem urbana e a contribuição efetiva dos pavimentos permeáveis para essa questão.
Através de aulas expositivas, discussão de cases, uso de filmes e debate entre os participantes, o curso se destina a arquitetos, projetistas, administradores públicos de setores viários, ambientais e urbanos, engenheiros e pesquisadores, produtores de blocos, entre outros profissionais ligados ao tema.
Entre os temas, estão os conceitos sobre permeabilidade dos pavimentos intertravados; controle do escoamento superficial, projeto e construção, considerando aplicação sobre o terreno ou sobre lajes; cadernos de especificação construtiva e de manutenção; e apresentação de experiências nacionais e estrangeiras.
A crescente impermeabilização do solo nas grandes cidades tem tornado cada vez mais comum as enchentes, causadas pelo aumento do volume das águas superficiais que deságuam nos rios. Em condições normais, a água da chuva infiltra no solo e retorna ao lençol freático. Com a impermeabilização das ruas e aumento das áreas edificadas, a água de chuva chega em grandes volume nos rios, causando as inundações.
Uma alternativa utilizada na Europa e estados Unidos e que começa a ser empregada no Brasil são os pavimentos permeáveis, que podem ser utilizados como área transitável ao mesmo tempo em que permitem a infiltração de água. Esse comportamento diminui o volume das enxurradas, auxiliando na redução das enchentes. Os pavimentos permeáveis podem ser utilizados nos espaços públicos como calçadas, praças, estacionamentos, ruas de tráfego leve, entre outros usos.
Instrutores:
Engª Mariana Marchioni
Engenheira civil pela Escola de Engenharia Mauá, 2004. Mestranda em Engenharia na
área de materiais pela Escola Politécnica da USP. Atua na área da Indústria de Pré–fabricação na ABCP como pesquisadora de produtos à base de cimento. Secretária da norma de pavimento intertravado da ABNT.
Engº Cláudio Oliveira Silva
Engenheiro Civil pela Universidade de Guarulhos, 1993. Mestre em Engenharia na área de materiais de construção pela Escola Politécnica da USP, 2003. Doutorando em Engenharia na área de materiais pela Escola Politécnica da USP. Pós graduação em Administração Industrial – Escola Politécnica da USP – 2008. Gerente da Área da Indústria de pré-
Curso: Projeto e construção de pavimentos permeáveis

sábado, 23 de abril de 2011

Cineclube! Junte-se a nós!

Com alguns já conversei, com outros ainda não. Mas arrisco uma relação de pessoas que acho e/ou tenho certeza que querem frequentar o cineclube Itajubá, que será inaugurado em breve. Se você faltou ou sobrou nesta lista, me avise pelo facebook ou por aqui mesmo:




Célia Rennó, Rita Stano, Claudia Riêra, Paulinha Chaves, Luiz Raponi, Neusa Gonçalves, Luiz Brochetto, Ulysses Gomes, Paulino Abranches, Carlos Lara, Patrícia dos Anjos, Breno Carvalho, Cleber David, Chico do PT, Angelina Salomon, Lilita Noronha, Adriana Candal, Elaine Leite, Ricardo Mello, Arlindo Ramos, Antonio Thomas Machado, Zeca Maurício, Marcelo Dalla, Débora Serrano, Virgínia Rennó, Gerson Cleber Morais, Rafael Pereira, Roger Azevedo, Tatiane Braga, Lúcia Garrido, Leandra Machado, Edna Pamplona, Solano Loureiro, Genoveva Goulart, Eleusa Viana, Mário Viana, Marta Betânia, Carlos Alberto Fortes, Myrian Souza, Adriana Vilela, Dalila Brandão Pereira, Clarissa Cruz, Cristina Franco, Tânia Martins, Ravi Sawaya, Maria Alzira David, Gílcia Maria, Débora Goulart, Dinarte Lopes, Jussara Rocha, Sebastião Moraes, Regina Rennó, Maristela Lara, Maria Paula Feichas, Fernanda Lopes, Kamille Vaz, Mônica Nabak, Maurício Ferreira, Carolina (do Maurício), Rodrigo Melo, Talita Lima, Antônio Márcio Matos, Ângela Collares, Ronaldo Gonçalves, Ana Sofia Viana Alves, Rodrigo Prates, Nêssa da Silva e quem mais vier........ 

Aida tem vaga. São pouco mais de 60 cadeiras no cinema. Quem quer embarcar nessa mande uma mensagem!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Corrupção eleitoral!


Lá pelos idos de 1970 e poucos, quando eu era desse tamaninho aí da foto, venci este concurso de mini-miss na Escola Estadual Major João Pereira, em Itajubá. Primeiro, registro aqui, tantos anos depois, minha absoluta revolta com escolas que ainda hoje fazem isso, de escolher alguém pela carinha bonita que possa ter. Mas, naquela época, isso era comum e acho que ninguém se tocava do dano que isso poderia causar. Espero, sinceramente, que as escolas de hoje não usem mais essa prática.
Bem, mas naquela época, além da barbaridade dos concursos de beleza, esse aí foi ainda pior: era compra de votos pura. As meninas recebiam um bloquinho e cada cupom valia um voto. Quem vendesse mais, para arrecadar dinheiro para a caixa escolar, ganhava o concurso. Na delegacia de ensino, onde minha mãe trabalhava, rachei de vender votos. Só me falta uma peça nesse quebra-cabeça: será que todas as meninas da escola recebiam isso? Ou só aquelas que tinham condições físicas e estéticas para concorrer? Imagino que aí, desde a distribuição dos cupons, já houvesse uma escolha entre as 'melhores', não é?
Bem, mas fui mini-miss e ainda ganhei Seiva de Alfazema de presente! Deus nos livre disso. Não da seiva, que ainda tenho saudade do cheirinho, mas dos concursos de beleza.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Se a Débora Kerr que o Gregory Peck

Como eu ia dizendo, o Doutor Ricardo, que acabei conhecendo um pouco melhor ontem, está terminando a obra do que ele tem chamado de cineclube Itajubá. Fica naquela galeria do Edifício Virgínia de Oliveira, na Rua Doutor Pereira Cabral, rua da Caixa Econômica Federal, onde funcionou o Teatro Santa Cecília, do guerreiro e incansável Breno Carvalho.
Pois bem, o Doutor Ricardo não pretende que ali seja uma sala comercial, para exibição de lançamentos do mercado, mas um cinema para filmes clássicos, curtas ou de arte. Para isso, ele quer mobilizar a comunidade para a formação de um cineclube mesmo, em que as pessoas contribuem mensalmente e têm uma programação mensal à disposição.
A ideia dele vai muito além disso, mas é preciso que o tempo faça as coisas acontecerem ali. A curto prazo, o que eu me dispus a fazer para ser parceira dele é mobilizar gente que gosta de cinema, espalhar a notícia, juntar um grupo de pessoas que quer voltar a ver filme na telona em Itajubá.
Aos que me acompanham aqui e que interagiram bastante quando, dias atrás, a gente conversou sobre a saudade do Cine Presidente, fica o convite para se engajar nisso. Se não quiser se associar, pode comprar ingresso para sessões isoladas.
Combinei com o Doutor Ricardo que ajuntaria um grupo para um primeiro filme no cinema. Isso para depois deste feriado, provavelmente quarta-feira da próxima semana. Fica aqui o convite e a pergunta no ar: quem quer ir? Mande um comentário por aqui (pra quem consegue) ou no meu facebook. Os interessados podem indicar outras pessoas também.
Depois de fechar com ele, informo sobre o dia certinho e o horário. Ah e também aceitam-se sugestões de títulos de filmes clássicos que possam ser exibidos para nosso deleite.
Então, fiquem atentos às minhas postagens no blog e no face para que a gente possa estrear aquele simpático, charmoso e tão esperado cinema.
É assim que eu gosto: cidade viva, com cultura correndo pelas veias. Vamos contribuir ao menos um pouco com isso.
Até mais ver, pessoal!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Fui ao cinema hoje, em Itajubá



É verdade. Assisti hoje a um trecho de um filme com Bruce Willys, charmosamente fardado de policial, em Pittsburgh. Isso foi às duas da tarde, no centro de Itajubá, igualzinho quando a gente pegava uma matinê no Cine Presidente. Sentei numa cadeira do Cine Presidente, o projetor, idem. Minha memória estava lá, 20 anos atrás, na praça do relógio. Não é sonho não. Graças a um cinéfilo idealista, o espaço está quase para ser inaugurado em Itajubá.
O proprietário conta que chegou à cidade justamente no dia em que estavam acabando de vez com o Cine Presidente. Ficou muito chocado porque tinha gente marretando - literalmente - as cadeiras, para tirá-las lá de dentro. Pouco mais de 60 delas estão hoje neste novo espaço, recobertas não com os antigos rosa e azul, mas com vermelho.
Foi emocinante voltar ao escurinho do cinema na minha cidade. Ele testava o projetor e o som e eu pude assistir ao tal trechinho do filme. Nem sei quanto tempo fazia que eu não via um filme em tela grande. Como é mágica essa experiência. Nada se iguala a ela. É só você e o filme. Bruce Willys, hoje à tarde, estava numa perseguição policial roliudiana. Quanta emoção! Não vi o fim do filme, tomara que ele tenha conseguido pegar o assassino, que protagozinou a primeira cena do filme, jogando num rio caldaloso o corpo de uma mulher.
Aguardem mais informações sobre isso porque me juntei a esse idealista e realizador nesta grande iniciativa, tão aguardada por quem também ama a 7ª arte.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dia cheio de historinhas de vida real

O cotidiano
Durante um dia, ou melhor, apenas nas horas úteis do dia, vejo cenas simples e corriqueiras sobre as quais me dá uma enorme vontade de escrever. Já tentei andar com um caderninho na bolsa pra não deixar a idéia fugir, mas não deu certo. Não me adaptei a este método. Vou é tentar lembrar de todas as coisinhas e coisonas que me chamaram a atenção hoje.
- Já cedo, no caminho do trabalho, andei pensando sobre a ressaca que se abate sobre Itajubá às segundas-feiras. Na absoluta falta de ter o que fazer, a moçada vai pra rua mesmo, na noite de domingo, compra uma garrafa de bebida barata num supermercado de plantão e, no fim, enche os bueiros e as pobres sarjetas de sujeira: copo, garrafa, pacote de salgadinho... É uma ressaca mesmo. Uma pena que as pessoas não tenham educação e não entendam o espaço público como sendo seu. Público é sem dono, feito pra sujar mesmo, pensam os que não têm a sorte de serem alvo de um processo cotidiano e eterno de educação.
- Na passagem pela praça central, uma ‘demanda espontânea’ para o deputado me fez parar na rua. Em seguida, um velho conhecido acena e grita de longe: - e a manchete? – Que manchete? Certamente, ele se referia à notícia recente de que o PT, partido ao qual pertenço, decidiu em reunião que teria candidato próprio na próxima eleição municipal. Caraca, o negócio gerou uma falação, um chororô danado. Pelamordedeus! Não carece tanta polêmica, qualquer partido tem direito a lançar candidato. Coligações não são eternas nem aqui nem em lugar nenhum.
- Em casa, enfrento mais um dos desafios que a maternidade impõe a todas nós: fazer o curativo no nariz do filho que foi operado. Patife no último com sangue e enfermidades em geral, respiro fundo e troco o curativo do meu bebê (diga-se de passagem, um bebê universitário). Egoísmo meu dizer que respiro fundo porque ele mesmo não consegue respirar pelo nariz. Agonia pura essa história de ter uma obstrução no canal de entrada do ar. Ninguém merece isso. Aliás, essa é a coisona sobre a qual preciso usar mais letras para escrever. Na última semana, enfrentei a dificuldade de ter que entregar o filho nas mãos de um cirurgião e um anestesista. Se não fosse a fé em Deus e a confiança que depositei nos médicos, eu não resistiria. Chorei feito criança, rezei feito uma beata, sofri como uma condenada. Isso só confirma minha certeza de que o que mais desejo a todas as pessoas neste mundo é que seus filhos tenham saúde. O resto é nada.
Hoje, depois da cirurgia bem sucedida, mas com a dor recente ainda fresca na memória, vi uma jovem mãe com um garoto no colo, na sala de espera do médico. Menino doente, raquítico, com olhar distante, corpinho desconjuntado. Meu Deus, tenha compaixão, era a única coisa que eu me permitia pensar. De longe da recepcionista, a mãe consulta sobre o dia em que podia fazer um exame. 30 de maio. Só tem vaga para 30 de maio. Isso numa clínica particular, que aceita bons convênios. E o SUS? Se esta resposta fosse dada numa unidade pública de saúde, era motivo pra radialista sair gritando por aí. É preciso olhar para o todo, ter uma visão macro das coisas e não fragmentá-las e se equivocar nos julgamentos.
Na clínica, de repente, o avô entra com o outro filho da moça. Calculo que sejam gêmeos, pelo tamanho. Um saudável, correndo pela sala de espera, o outro, com o olhar distante. Meu Deus, saúde é o que desejo sempre, sempre e sempre.
- Na Internet, essa maravilhosa máquina de reaproximar as pessoas, reencontro uma antiga amiga de escola, Regiane Ladislau, que, fiquei sabendo depois, é seguidora minha aqui no blog. Salve Regiane, bons tempos em que os trabalhos e as provas eram as maiores preocupações da nossa vida.
- Na farmácia, no início da noite, uma moça, com todo o frescor que a juventude dá, sobe na balança e diz pro namorado, que está na fila: - cancela o jantar! Santo Deus, como pode, né? Com seus 20 anos, corpo magrinho e bonito, a menina está preocupada com os ponteiros da balança (aliás, a balança é digital). Que escravidão essa que as pessoas são submetidas de que têm que ficar magras e gostosas.
- Dia cheio de crônicas, de personagens, de pequenas e corriqueiras histórias reais.
Até amanhã!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cultura promove transformação social e econômica

Pesquisa divulgada ontem e realizada pela Federação do Comércio do Rio mostra, para nossa alegria, que o brasileiro está avançando em termos de hábitos culturais. Ir a um cinema – nas cidades benditas que têm um – assistir a um show ou ler um bom livro são atitudes mais comuns hoje que em anos anteriores. Mesmo assim, os números são incrivelmente baixos. Bem, se por um lado é motivo pra comemorar o aumento de 13 pontos percentuais no número de brasileiros que freqüentaram alguma atividade cultural em 2010, por outro, é mais importante ainda refletir sobre esse tímido comparecimento do brasileiro aos ambientes culturais. Segundo a pesquisa, o baixo índice não se deve ao preço do ingresso nem à falta de opções culturais, mas a falta de hábito mesmo.
Aí é que eu questiono. As pessoas não têm o hábito porque ele não é cultivado ou incentivado. E como é que se incentiva? Oferecendo opções de cultura. Não tem outro jeito. É mostrando o quanto é bom ir a uma peça teatral, a um show ou ao cinema, ler um livro interessante ou participar de uma exposição legal. É assim que se cria o hábito. É fazendo. Igualzinho à leitura. Aprende-se lendo. Não tem fórmula mágica. Não existe um comprimido que, tomando, faz a pessoa querer sair correndo pra ir ao teatro. Infelizmente.
E o papel do poder público nisso é fundamental. Considerando que a cultura promove transformação social e econômica, é dever do poder público estimular não só o acesso aos meios de cultura, mas a produção local de cultura. Já disse isso e repito, é muito mais importante investir o dinheiro público oferecendo condições para que as pessoas desenvolvam suas potencialidades do que oferecer o espetáculo pronto.
No Expresso da Cultura, realizado recentemente pelo Ulysses – hoje deputado – uma pesquisa informal também foi feita neste sentido. Constatou-se que 70 e la vai pedrada por cento nunca tinham ido ao teatro. Outros tantos nunca tinham ido ao cinema. Uma pena, grande pena! Itajubá não tem teatro enquanto espaço físico e acho que nenhum grupo resistiu à falta de apoio. Não tem cinema, pois, assistimos às Casas Pernambucanas tomar o lugar da tela, impunemente, sem que nada pudéssemos fazer. Mas, por outro lado, mesmo sem um teatro físico, quando tem gente apaixonada pela arte, incentivada a isso, a coisa acontece até no meio da rua. Mas tem que ter apoio, incentivo. E a tradução disso é orçamento. Não se prioriza só no discurso, mas no orçamento. Em Itajubá, assim como na grande e absoluta maioria dos municípios brasileiros, o orçamento pra cultura é risível. Aí fica difícil resitir, não há amor à arte que sobreviva de vento.
Artista tem que ter trabalho o ano inteiro. Tem que ser pago para oferecer formação artística e para mostrar sua arte. Cultura pode dar dinheiro, pode gerar emprego, pode promover uma profunda transformação social. É isso!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Precisamos de coisas que elevem a alma

Ando meio afastada aqui do blog, mas acho que estou mesmo é com preguiça. Uma preguiça enorme de falar, de dialogar, de querer convencer alguém de alguma coisa, de tentar ajudar esclarecer, de argumentar............ quanta coisa que dá trabalho!
Estou com muita preguiça de dar continuidade a tantas conversas de pessoas que me param na rua para saber minha opinião sobre isso e aquilo. Querem saber se ouvi a rádio tal, a entrevista tal, a carta no jornal tal..... Ai que preguiça, Deus meu!
Preguiça porque é tudo tão pequenininho. Tanta coisa importante de verdade pra se pensar e fazer e as pessoas gostam de se ocupar com uns detalhes que só servem pra cansar os nossos ouvidos e olhos, os nossos sentidos. Gastam um tempo enorme desfiando mágoas, rancores, ódio mesmo, eu diria. A motivação principal não quero nem pensar qual é. Só sei que tô cansada de tanta conversa que devia é ser jogada fora. Há tanto a se fazer em nossa cidade, tanta oportunidade a não se perder, tanto potencial pra se explorar.... e, sinceramente, tenho preferido ouvir Astor Piazzolla, que eleva a alma, faz a gente ver o quanto o ser humano é capaz de produzir, o quanto o homem é dono de um poder incrível de transformar o mundo. Preguiça de quem usa seu tempo para xingar, reclamar, dar corda pra picuinha, pra quem gosta de estimular o mal feito.