segunda-feira, 25 de julho de 2011

Poema para as férias

ARCO-ÍRIS

(Roseana Murray)



O amor pode ser lilás,
suave e calma fragrância;

o amor pode ser azul,
encharcado de noite e mar;

pode ser vermelho,
fruta madura explodindo
em incêndio:

verde-pássaro
abrindo a gaiola
e tingindo o mundo,

branco-espuma
tecendo renda,

amarelo
derramando ouro,

cor de laranja lavando
os sonhos com fogo.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Se você disser que eu desafino, amor...

Pessoal, postei aqui e já tenho falado há algum tempo sobre o reencontro do Coral de Milho Verde, 22 anos depois de ter acabado. Teve gente que achava que a gente não ia dar conta. Pensando bem, é uma pretensão mesmo, não é? 22 anos sem cantar, com a maioria de nós longe do palco e do canto, anos de cigarro prejudicando a goela de alguns... - Como pode esse povo achar que ainda tem condições de fazer um show? diriam alguns.
Na verdade, o que vamos apresentar neste sábado, certamente, não terá a qualidade técnica dos coros de Itajubá. Mas o que queremos compartilhar com nossos amigos, familiares, com o público que sente saudade daquele velho Milho, é a emoção de nosso reencontro e o exemplo que este grupo está dando, de não deixar que as coisas boas da vida fiquem só na memória e, às vezes, nem nela.
Iniciativas como esta podem ser tomadas por qualquer um e a qualquer tempo: reencontrar colegas da escola, da faculdade, da república, do trabalho, resgatar esses bons momentos da vida faz a gente sentir que tudo valeu a pena mesmo. Espero todos lá, pra curtir essa emoção com a gente. Se erramos o tom ou a letra, não faz mal. Acertamos na emoção.

sábado, 2 de julho de 2011

A alegria, tão rara às vezes.


Alegria, otimismo e esperança andam sempre de mãos dadas. Mas tem gente que, infelizmente, não aprendeu como é bom experimentar este trio. Tenho compaixão por essas pessoas que não conseguem viver alegremente e, ao contrário, esperam sempre o pior, passam os minutos do dia como se fossem cargas pesadas colocadas sobre seus ombros. Isso me entristece porque há nada, ou quase nada, que se possa fazer por quem associa a alegria à culpa. E sofre, sofre e sofre como se isso fosse a garantia da entrada no céu.
Deus, tenha pena dessas pessoas, ensine-lhes que a vida é um presente e não um fardo, que os obstáculos são importantes para o aprendizado e não uma tortura. Até sofrer com alegria é possível. Sofrer com aceitação de que algo está nas entrelinhas daquele sofrimento. E que ele deve servir para ser transformado em alegria de novo. Com fé, se consegue.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Comentários antigos

Tenho sido displicente com o blog sim. Mãozinha à palmatória. E, por vezes, encontro um comentário que eu ainda não tinha visto, num texto antigo. Pessoal, I'm sorry, mas tá complicado. Vou procurar ser mais assídua ao meu próprio espaço. Vai entender, né? Ando sumida de mim. É verdade, dedicação ao meu trabalho, aos meus meninos, cabeça e coração (nem sempre o corpo) nos pais... eu mesma quase não tenho me visto por aí.

Pra marcar este momento importante, em que a hipocrisia está sendo desmascarada em nosso país!

Gostei muito deste texto, que está no blog Sem Juízo

....cruzada religiosa combate direitos civis de gays....

Não são eles os primeiros que deveriam se destacar pela defesa do amor, da solidariedade e do abrigo aos mais vulneráveis?


O vereador Carlos Apolinário, ligado à Assembleia de Deus, apresentou proposta para criar em São Paulo, o dia do "orgulho hetero", levando o projeto para votação às vésperas da Parada Gay.

A Marcha para Jesus virou palco de repúdio à decisão judicial que garantiu a união estável homoafetiva, tendo como principal estandarte que "o verdadeiro Supremo é Deus".

A deputada Myriam Rios, hoje missionária católica, fez pronunciamento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro propagando a expressão "orientação sexual pedófila". Dizia ter medo da proximidade de uma babá lésbica a filhas pequenas ou do assédio de um motorista travesti sobre seus meninos.

Porque a incorporação de direitos civis aos homossexuais está incomodando tanto assim aos ativistas da religião?

Não são eles os primeiros que deveriam se destacar pela defesa do amor, da solidariedade e do abrigo aos mais vulneráveis?

Onde estão as tradicionais preocupações com desigualdades sociais e manifestações de fraternidade?

Há quem diga que os grupos religiosos se sentiram intimidados com a proposta de criminalizar a homofobia.

Paradoxo dos paradoxos, pois a punição do preconceito é justamente o combustível para a liberdade de crença.

Em algum lugar do mundo, membros das mais diversas religiões já sentiram na pele o terror do preconceito e da intolerância. Como reproduzi-lo, então?

Depois da decisão do STF que autorizou a Marcha da Maconha, reconhecendo o legítimo direito à manifestação, muitos disseram em um misto de birra e revolta: se vale defender a maconha, vale falar qualquer coisa. Acabou-se a mística da homofobia.

É uma ideia equivocada.

Como bem explicou o ministro Celso de Mello, em voto primoroso, a liberdade deve ser garantida para expressar os mais diversos pensamentos. Mas nunca para ferir -o Pacto de San José da Costa Rica, que o país subscreveu, exclui do âmbito protetivo da liberdade de expressão todo estímulo ao ódio e ao preconceito.

Propor a legalização da maconha é legal. Dizer que os homossexuais são promíscuos, não.

Reverenciar o "orgulho hetero" também não é o mesmo que fazer uma parada gay -assim como prestigiar a consciência negra não se equipara em louvar o "orgulho branco", típico dos sites neonazistas.

A diferença que existe entre eles reside na situação de poder e de vulnerabilidade.

Os movimentos negros e gays se organizam pela igualdade e procuram combater a discriminação - o "poder branco", memória do arianismo, busca exatamente reavivá-la. Não quer igualdade, quer supremacia.

Basta ver que a proposta do "orgulho hetero" se impõe como um resgate da "moral e dos bons costumes", tal como uma verdadeira cruzada.

Por fim, mas não menos importante, a absurda vinculação entre homossexualidade e pedofilia.

Não é grave apenas pelo que mostra -um profundo desconhecimento da vida. Mas, sobretudo, pelo que esconde.

Jogar o defeito no outro, no diferente, naquilo que não nos pertence, é o primeiro passo para esconder o mal que nos cerca, e assim evitar sua punição.

Em vinte e um anos de judicatura criminal, vi inúmeros padrastos molestaram sexualmente suas enteadas, tios violentarem suas sobrinhas e até mesmo pais condenados por estupros seguidos em meninas de menos de dez anos. Na grande maioria dos casos, os crimes são praticados por heterossexuais.

Não se trata de tara, perversão ou qualquer outro atributo de fundo moralista. É simplesmente violência.

Misturar as estações não é ruim apenas por propagar um preconceito infundado. Mas por nos distanciar do problema e, em consequência, da solução.

Quando um dogma supera as lições que a vida nos traz, quando o apego à filosofia é maior que o amparo a dor, quando até o sempre solidário cerra os punhos, um sinal de alerta se acende.

É preciso relembrar que somos todos humanos.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Com a cara na porta

Zezinho Riêra disse em seu polêmico Viver é Perigoso que tem batido com a cara na porta aqui no blog. É verdade. Ando mandando dizer que não tô, como brinquei com ele. Mas é que a vida tá tão complicada por esses tempos. Num mesmo dia, vivo emoção cheia de alegria ao me encontrar com meu povo do extinto Coral de Milho Verde, que aliás, se apresentará no próximo dia 16, outras alegrias ao ir ao cinema (em Itajubá), assistir a uma orquestra no teatro (em Pouso Alegre, para a felicidade do povo de lá) e as tristezas de ver a dor do meu pai, que está perdendo o brilho dos olhos azuis.
Num mesmo dia, muitos anos passando pela cabeça. Uma esperança renovada e outra indo embora. Um suspiro de prazer e outro de agonia. Uma palavra boa e outra saudade.
É a vida! É o que tem pra hoje!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Na minha cidade tem poetas

Quisera eu escrever como os poetas que, assim como os cegos, podem ver na escuridão. A letra é de uma canção que foi gravada por Milton Nascimento. Dedicada aqui a Gildes Bezerra, pra me redimir por ter perdido dia de homenagem a ele prestada, no último domingo:

GUARDANAPOS DE PAPEL -  Leo Masliah / Carlos Sandroni

Na minha cidade tem poetas, poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas
e sempre aparecem quando
Menos aguardados, guardados,
Entre livros e sapatos, em baús empoeirados
Saem de recônditos lugares, nos ares,
Onde vivem com seus pares,
e convivem com fantasmas
Multicores de cores, de cores
Que te pintam as olheiras
E te pedem que não chores
Suas ilusões são repartidas, partidas
entre mortos e feridas,
mas resistem com palavras
Confundidas, fundidas,
Ao seu triste passo lento
Pelas ruas e avenidas
Não desejam glorias nem medalhas,
se contentam
Com migalhas,
De canções e brincadeiras com seus
Versos dispersos,
Obcecados pela busca de tesouros submersos
Fazem quatrocentos mil projetos
que jamais são
Alcançados, cansados, nada disso
Importa enquanto eles escrevem,
o que sabem que não sabem
E o que dizem que não devem
Andam pelas ruas os poetas,
Como se fossem cometas,
Num estranho céu de estrelas idiotas
E outras e outras
Cujo brilho sem barulho
Veste suas caudas tortas
Na minha cidade tem canetas,
Esvaindo-se em milhares,
De palavras retrocedendo-se confusas,
em delgados guardanapos
Feito moscas inconclusas
Andam pelas ruas escrevendo e vendo
Que eles vêem nos vão dizendo,
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas,
Como se fossem lunetas, lunáticas
Lançadas ao espaço e ao mundo inteiro
fossem vendo pra
Depois voltar pro Rio de Janeiro

terça-feira, 31 de maio de 2011

Chega de saudade!

Acabo de chegar de um ensaio de coral. Quase 30 anos depois, como muitos já sabem, o Coral de Milho Verde vai se reencontrar para restaurar na nossa memória os tons de um passado recente, que deixou lembranças, boas lembranças.
Hoje, éramos apenas cinco: Zeca Maurício, Omar Fontes, Marta Kallás, Carlos Lara e eu. Mas já fomos muitos. É capaz que a gente consiga reunir pelo menos 20 de nós, para uma apresentação no dia 16 de julho, no auditório da Faculdade de Medicina. Está uma grande expectativa. Subir ao palco de novo, regidos pelo brilhante Lúcio Gama, vai ser um momento daqueles que, se fosse possível, tenho certeza que a gente congelaria, para aquecer cada vez que alguma tristeza se abatesse.
Porque o Coral de Milho Verde acontecia com muita alegria. Naquele silencioso convento, do bairro do Cruzeiro, a gente fervia, brigava, cantava, se amava, descobria junto aquele mundo novo que se descortinava à nossa frente. Coisa que acontece quando a gente tem 14, 15 anos.
E até hoje, quando a gente se encontra, é uma festa só. A piada parece que tá na ponta da língua, pronta pra saltar e arrancar muita risada. É sempre uma festa, o humor sempre foi nosso companheiro. 
Deixo aqui minha declaração de amor a essa gente do bem, que não tem desafinado nem perdido o compasso na vida.
Meus queridos, um beijo grande, a gente tá dando um olé na saudade.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Um cinema paratodos!

O parto está acontecendo. Sem dor, o que é melhor. Nascendo, em meio aos olhares de gente que tá com sede de cultura. Ontem, na primeira reunião do cineclube, para definir algumas regras, saber quem pode fazer o quê e quando, foi imediata a resposta quando a pergunta era: quem pode ser voluntário aqui? As mãos se levantaram rapidinho. Era uma oferta gratuita de gente a fim de trabalhar (até na faxina, como eu) para fazer aquele espaço aconchegante e surpreendente começar a funcionar.
Uma das meninas do ensino médio do Curso G9 que estavam lá (convidadas pelo Paulino, professor) disse que o pai teve que ir lá no cinema pra ver que ela estava falando a verdade. Quando é que ele imaginaria que a filha estivesse num cinema de verdade em plena Itajubá? Nunca. Pelo menos até antes do Doutor Ricardo resolver concretizar seu sonho de cinéfilo aqui na nossa terra.
Essa história do Doutor Ricardo, extraordinária, diga-se de passagem, eu conto outra hora.
Eu quero mesmo é dividir com vocês uma alegria caipira, interiorana, de voltar a ir a um cinema perto de casa. Outro dia, um amigo da capital zombou de mim. - Chegou isso aí? ironizava ele.
Quem sempre viveu onde tem cinema não vai ter o prazer que tivemos ontem e domingo passado. O prazer de resgatar uma história digna de Presidente. Não era na Alvorada, mas sim, ao anoitecer, não importa, mas era Paratodos. Um cinema em frente ao antigo antigo Cine Apolo, no meinho de Itajubá. Paratodos, para nós, para Itajubá. 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cineclube Itajubá nascendo

Na tarde deste domingo, em Itajubá, um grupo de pouco menos de 20 pessoas se deliciou e se surpreendeu com o novo espaço que está nascendo na cidade. O cineclube Itajubá, que resgatou as cadeiras e os projetores do último cinema que morreu na cidade, o Presidente, promete ser um movimento interessantíssimo. A proposta do proprietário, Doutor Ricardo, que traz na bagagem uma ligação estreita com o cinema, desde menino, em BH, é fazer um Centro de Estudos de Cinema. Como o nome diz, é pra estudar esta arte e suas infinitas possibilidades, desde o equipamento até a linguagem, a história. Tudo. Estudar com a criançada, com a meninada mais velha e mostrar que há muito mais o que fazer na vida do que o nada.
Além do Centro de Estudos, vai ser formado um cineclube, por gente que gosta de cinema mesmo. Vamos ter reunião nesta quarta, pra combinar como será isso. Quem quiser, pode participar,  às 19h30.
E vai ter exibição de filme comercial também, como foi neste domingo, quando a gente viu, de novo, o Canal 100, um filme americano, comercial antigo da Caixa Federal... Com pipoca e tudo.
Percebi que as pessoas que foram ficaram surpreendidas com o que encontraram. É um lugar apresentável, com uma proposta séria para ser explorado. Precisa de adesões, de gente interessada em participar pra fazer o projeto florescer. Foi um prazer voltar ao cinema na minha cidade.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Esta é a listagem de quem quer ir ao cineclube.

Célia Rennó, Rita Stano, Claudia Riêra, Paulinha Chaves, Luiz Raponi, Neusa Gonçalves, Luiz Brochetto, Ulysses Gomes, Paulino Abranches, Carlos Lara, Patrícia dos Anjos, Breno Carvalho, Cleber David, Chico do PT, Angelina Salomon, Lilita Noronha, Adriana Candal, Elaine Leite, Ricardo Mello, Arlindo Ramos, Antonio Thomas Machado, Zeca Maurício, Marcelo Dalla, Débora Serrano, Virgínia Rennó, Gerson Cleber Morais, Rafael Pereira, Roger Azevedo, Tatiane Braga, Lúcia Garrido, Leandra Machado, Edna Pamplona, Solano Loureiro, Genoveva Goulart, Eleusa Viana, Mário Viana, Marta Betânia, Carlos Alberto Fortes, Myrian Souza, Adriana Vilela, Dalila Brandão Pereira, Clarissa Cruz, Cristina Franco, Tânia Martins, Ravi Sawaya, Maria Alzira David, Gílcia Maria, Débora Goulart, Dinarte Lopes, Jussara Rocha, Sebastião Moraes, Regina Rennó, Maristela Lara, Maria Paula Feichas, Fernanda Lopes, Kamille Vaz, Mônica Nabak, Maurício Ferreira, Carolina (do Maurício), Rodrigo Melo, Talita Lima, Antônio Márcio Matos, Ângela Collares, Ronaldo Gonçalves, Ana Sofia Viana Alves, Rodrigo Prates, Nêssa da Silva e quem mais vier........ 

terça-feira, 10 de maio de 2011

Que mensagem deixaria na garrafa?

Que mensagem você gostaria de deixar na garrafa lançada ao mar? Se ela for encontrada daqui a 50, 100 anos, o que gostaria de dizer para a humanidade?
E se tivesse que escolher uma fotografia pra entubar na garrafa, que imagem deixaria?

E se tivesse que escolher o que dizer, no seu último minuto de vida, pro seu filho, quando o silêncio eterno estiver prestes a te abraçar?

O que teria dito praquele amigo, se soubesse que ele morreria afogado dali a alguns segundos?

Se tivesse que mandar pro grande amor da sua vida, lá do outro lado do oceano, uma coisa sua, pra que ele guardasse consigo, sabendo que nunca mais o veria, o que mandaria?

Hoje, estou com vontade só de perguntar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os sinos da Matriz


Os sinos da Matriz não são mais sinos. São uma espécie de som eletrônico que imitam aquele velho sino. Não conseguem copiar o som, mesmo assim, conto cada uma das badaladas eletrônicas sempre que elas soam. Quando tocam sete, sinto uma alegria de pensar que o dia está só começando. Quanta coisa boa pra se viver e pensar num lindo dia de maio. O frio está chegando devagarinho, trazendo esperança de azul no céu. A esperança, pra mim, é azul. É também verde. Ou amarela. Tenho esperança de todas as cores. É um arco-íris de não sete, mas um sem-fim de cores. 
O sino da Matriz, quando bate seis, me aperta o peito. Baixando o sol, sinto uma ponta da tristeza me invadindo a alma. Os dias andam meio tristes. Esperança colorida às vezes cede a vez pruma cinzenta amargura. Cada hora do dia tem sua cor. 

domingo, 1 de maio de 2011

Minha tiazinha de 80 e tantos anos de atrevimento puro!

Hoje, tarde de domingo, cidade meio vazia, inda mais que, além de domingo é feriado... Voltando pra casa depois de levar minha irmã à rodoviária, econtrei minhas duas tiazinhas (Cidoca e Luzia) no ponto de ônibus. As duas iam pro bairro Jardim das Palmeiras, na periferia de Itajubá, ao chá de bebê na casa do porteiro do prédio onde elas moram. As duas, com o endereço na mão, não iam achar o local de jeito nenhum. A Cidoca acahava que Jardim das Palmeiras era o nome de uma praça. A orientação que elas tinham era apenas de que o ônibus devia parar no Jardim das Palmeiras. Em qual ponto, elas não sabiam. Iam ficar perdidas na certa. Mas eu as encontrei e salvei o compromisso dominical das duas animadas.
Na volta, Cidoca, de legging, que já está na boca dos 85 anos, comentava que no prédio onde ela vive tem muita gente idosa, como se ela não fosse uma delas. kkkkkkkk. "Mas eu sou uma idosa atrevida", completava.
Quer saber? Concordo com a Tia Cidoca. Ela não é uma mulher idosa. É mais jovem do que muita menina de 40 por aí. Só tem mais experiência de vida. Tem um pique invejável de andar pela cidade, conversar com as pessoas, saber notícias de gente querida, fazer companhia pra quem precisa, viajar para conhecer lugares e gentes. Tem medo de nada. Tem alegria nas veias, esperança no coração, amor pra dar e nunca vender. Tia Cidoca, é assim que eu quero ser quando eu crescer!

Ludmila, obrigada!

Ludmila, que se formou em Juiz de Fora, em 2001, escreve comentário. Não sei como responder. Fica aqui meu agradecimento pela leitura e pelo comentário.
Você devia puxar o fio desta meada e reunir sua turma de novo. Tenho esta vocação e tem dado certo: dois grupos de amigos, de cidades e épocas distintas, eu consegui reunir de novo. A gente tem que ter esses reencontros na vida. Faz um bem danado!
Beijo pra vc!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Exageros da imprensa

Há tempos observo o quanto as reportagens de TV exageram na dose. Nos casos de violência, especialmente, elas não se contentam em apresentar a notícia e os desobramentos que interessam ao público, mas fazem capítulos e mais capítulos do que, no fim das contas, não interessa mais. Casos recentes ilustram bem isso: quando a pobre menina Isabela Nardoni foi jogada do prédio, a notícia era essa. Mas não, as TVs levaram horas e mais horas mostrando o carro do casal acusado chegando, saindo... a casa dos avós abrindo, fechando ... a entrada no presídio, a saída no presídio, a chegada do advogado... e isso, isso e mais isso. Já não tinha mais notícia naquilo. O fato era: a menina foi assassinada, havia suspeitos e uma investigação. Qual foi o resultado disso? Era só isso que precisava ser noticiado, mas as emissoras gastaram horas incrementando a notícia, tornando aquele espetáculo de horror ainda mais incrível.
Idem agora com o caso daquele brutal crime na escola em Realengo, no Rio. Espetaculizaram a notícia. Esticaram o mais que foi possível, dando espaço ao que já não era mais notícia.
Isso, na minha opinião, tem um efeito muito ruim. A coisa parece que vira minissérie de TV. O vilão é mostrado de todos os ângulos, de todas as formas. Vira um galã. Galã do horror, mas galã.
Sem nenhum embasamento científico para fazer tal afirmação, eu arriscaria dizer que isso faz aumentar a violência. Mentes frágeis acabam querendo a mesma notoriedade e cometem atos parecidos. Se observarmos atentamente, podemos ver que sempre que acontece algo com essa super repercussão, dias depois, a coisa se repete.
Isso era muito comum quando as TVs mostravam, sem parar e até as últimas gotas de desinformação, as brigas nos estádios de futebol. Não dava outra. No próximo jogo, o pau comia solto. Dias depois do caso de Isabela Nardoni, a imprensa registrou um ou dois semelhantes.
E hoje, no meu facebook, a notícia de que em Passos, aqui no Sudoeste de Minas, uma escola está em pânico porque alguém escreveu nas paredes os nomes das meninas que iriam morrer em breve. Pode ser apenas para chamar a atenção. Mas, é preocupante. Cria-se um clima de insegurança, de violência, que atinge todo mundo. Ninguém ganha com isso.
A TV devia usar mellhor seu tempo. Tanta coisa importante para se falar, para ajudar a mudar as cidades, a cultura das pessoas, mas não, gostam de sangue mesmo. Tem gente que fala que é porque isso é que dá Ibope. É sim, é verdade. Mas dá Ibope porque a TV quer assim e estimula isso. Quero ver quando a TV deixar de espremer as notícias até não poder mais. Não vai adiantar o expectator querer ver porque não terá pra ver. Ele precisa ser estimulado a gostar de arte, cultura, cidadania, meio ambiente.........
É isso!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sonhos não envelhecem


Quais eram os meus sonhos quando eu tinha 14 anos? Era ter um namorado publicamente, que eu pudesse sair de mão dada pela rua, sem ter que esconder de pai e mãe. 14 anos era a data acordada em família como o marco inicial para minha liberdade de namorar. Antes disso, tudo devidamente escondido. E a culpa inerente à família católica mineira era minha diária companheira. 22 de julho de 1981 era a data da minha primeira passagem para esta liberdade.
E aos 24, quais eram os sonhos? Formada em jornalismo, morando em Ribeirão Preto, meu sonho era me casar, ter minha casa, ganhar a liberdade de morar junto publicamente, sem a culpa, aquela tradicional, leal companheira de tantos anos. 6 de abril de 1991 foi a data. Liberdade para morar com um homem, publicamente e sob as bençãos de pai e mãe.
Aos 34, onde andavam meus sonhos? 2001 era o ano. Recém chegada a Itajubá, de volta a morar na terra natal depois de quase 15 anos fora, meu anseio era pela liberdade financeira. Exercer a profissão de jornalista em Itajubá é uma atividade penosa. Mercado restrito, salários baixos... Este era o perrengue do ano de 2001. Voltar a depender do marido para as mínimas despesas ou para os pequenos luxos não é fácil. Não pra mim. Nunca foi. Sonhei com mais esta liberdade e a conquistei, trabalhando duro, multiplicando as possibilidades de ser profissional em Itajubá.
Aos 44, que completarei em julho, o que mais posso querer? Namorar consegui. Casar, idem. Trabalhar também. E agora, Maria? Qual é o sonho de uma mulher aos 44? Só conto depois que realizá-lo. 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cavalheirismo encanta



Coisa mais gostosa não existe que ser tratada com cavalheirismo seja pelo amigo, marido, namorado,  irmão, pai, primo ou pelo patrão. É muito confortável e até surpreendente por ser tão raro. Fico pensando que não seria 'feministicamente' correto pensar assim: que o homem deve deixar a mullher se servir primeiro à mesa, que deve deixá-la passar à frente quando os dois estão entrando por uma porta, que ele deva abrir a porta do carro pra ela entrar. Querem-se direitos iguais e por que, então, o privilégio de ser tratada assim, com prioridade?
Quando a gente vê uma cena como esta: um homem abre a porta pra mulher entrar no carro, a gente logo identifica o cavalheirismo. Se for o contrário, a coisa cheira submissão e servidão, não é mesmo? Razões na cultura e na história.
Mas, na verdade, todas as pessoas deviam agir assim, não é? Independente do gênero, é bacana sempre dar o melhor lugar para o outro, deixar que o outro se sirva primeiro ou escolha primeiro seja lá o que for. Mulher com mulher, homem com homem, gay com mulher, mulher com homem, homem com gay, homem com mulher.... Não interessa. O melhor é sempre colocar o outro em primeiro lugar. 
Mas que ser tratada com cavalheirismo é bom, ah, isso é bom demais. Pena que tão raro! 

Vejam se essas cenas não chocam.





domingo, 24 de abril de 2011

Estimula a tu bebé desde el vientre

Ainda quero conhecer a cidade de Bogotá, na Colômbia, para ver de perto este programa maravilhoso de incentivo à leitura, que transformou a realidade local, uma cidade marcada pelo tráfico de drogas e todas as danosas consequêcias disso. Agora, li no site da BibloRed, a rede de bibliotecas públicas, esta notícia sobre a importância da leitura aos bebês, quando ainda estão nas barrigas das suas mães. Não fiz isso quando gestei meus dois filhos, mas cantei para eles, quase que todo o tempo. Caio tornou-se guitarrista e Ivan, baterista. Terei eu contribuído com isso? Quem conhece mulheres grávidas, deve sugerir que leiam para seus filhotes. Eis aqui a informação:

Estimula a tu bebé desde el Vientre!!!

Leerle a tu bebé desde el vientre materno es un forma de estimularlo,  que le ayudará a  despertar sus sentidos,  estrechar  la relación con su madre, ser más expresivo y tener capacidad de captar con más prontitud los conocimientos. ¡Participa de los talleres programados en la Bebeteca de BibloRed en la Biblioteca Julio Mario Santo Domingo!
La importancia de la lectura durante la gestación

Desde antes de nacer, los bebes ya pueden tener contacto con la lectura, a través de la voz de su mamá o de su papá, quienes pueden leerles, contarles cuentos, leerles rimas y canciones.

La lectura puede ejercer un papel importante en el desarrollo de los niños y sirve sobre todo para crear lazos de unión y afectividad entre los bebés, sus padres y su entorno. A partir de la lectura a los bebés, los padres podrán relacionarse y comunicarse con su hijo, preparándolo para su nacimiento.

Es importante que las futuras madres sean conscientes de la necesidad de aprender a transmitir el amor a la lectura a través del afecto ya que así también aseguramos futuros lectores, con mayores herramientas para enfrentar su futuro.

Se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava....

Em Itajubá, minha cidade, o estado das vias públicas é sempre tema que está na ponta da língua dos críticos e também dos leigos usuários. Por muito tempo, ouvi o argumento de que os problemas com a pavimentação eram inevitáveis e praticamente sem solução porque o solo é úmido, encharcado. Não sou engenheira, assim como a absoluta maioria das pessoas não é, mas acho que este argumento é mais tolo que .... (pense numa coisa bem tola e a encaixe aqui). A engenharia está aí pra isso, para resolver estes problemas. Não há nada sem solução, especialmente, uma coisa corriqueira como esta.
Itajubá está com asfalto novo em muitas ruas. Não conheço a qualidade do serviço porque não conversei com nenhum especialista sobre isso, mas acho que o "tempo é o melhor termômetro" para atestar a qualidade desse tipo de serviço.

Os problemas urbanos, comuns a todas as cidades, precisam do uso do conhecimento produzido na academia. Em Itajubá, temos várias áreas sendo aprofundadas nos bancos escolares e nos projetos de pesquisa. Precisam ser aplicados na cidade. Trago aqui um exemplo disso: união entre saber e fazer. Vale a leitura para quem gosta do tema.



ABCP realiza curso sobre pavimentos permeáveis
20/04/2011
Nos dias 26 e 27 de abril a ABCP realiza o curso “Projeto e construção de pavimentos permeáveis”, com o objetivo de transmitir informações sobre a gestão da drenagem urbana e a contribuição efetiva dos pavimentos permeáveis para essa questão.
Através de aulas expositivas, discussão de cases, uso de filmes e debate entre os participantes, o curso se destina a arquitetos, projetistas, administradores públicos de setores viários, ambientais e urbanos, engenheiros e pesquisadores, produtores de blocos, entre outros profissionais ligados ao tema.
Entre os temas, estão os conceitos sobre permeabilidade dos pavimentos intertravados; controle do escoamento superficial, projeto e construção, considerando aplicação sobre o terreno ou sobre lajes; cadernos de especificação construtiva e de manutenção; e apresentação de experiências nacionais e estrangeiras.
A crescente impermeabilização do solo nas grandes cidades tem tornado cada vez mais comum as enchentes, causadas pelo aumento do volume das águas superficiais que deságuam nos rios. Em condições normais, a água da chuva infiltra no solo e retorna ao lençol freático. Com a impermeabilização das ruas e aumento das áreas edificadas, a água de chuva chega em grandes volume nos rios, causando as inundações.
Uma alternativa utilizada na Europa e estados Unidos e que começa a ser empregada no Brasil são os pavimentos permeáveis, que podem ser utilizados como área transitável ao mesmo tempo em que permitem a infiltração de água. Esse comportamento diminui o volume das enxurradas, auxiliando na redução das enchentes. Os pavimentos permeáveis podem ser utilizados nos espaços públicos como calçadas, praças, estacionamentos, ruas de tráfego leve, entre outros usos.
Instrutores:
Engª Mariana Marchioni
Engenheira civil pela Escola de Engenharia Mauá, 2004. Mestranda em Engenharia na
área de materiais pela Escola Politécnica da USP. Atua na área da Indústria de Pré–fabricação na ABCP como pesquisadora de produtos à base de cimento. Secretária da norma de pavimento intertravado da ABNT.
Engº Cláudio Oliveira Silva
Engenheiro Civil pela Universidade de Guarulhos, 1993. Mestre em Engenharia na área de materiais de construção pela Escola Politécnica da USP, 2003. Doutorando em Engenharia na área de materiais pela Escola Politécnica da USP. Pós graduação em Administração Industrial – Escola Politécnica da USP – 2008. Gerente da Área da Indústria de pré-
Curso: Projeto e construção de pavimentos permeáveis

sábado, 23 de abril de 2011

Cineclube! Junte-se a nós!

Com alguns já conversei, com outros ainda não. Mas arrisco uma relação de pessoas que acho e/ou tenho certeza que querem frequentar o cineclube Itajubá, que será inaugurado em breve. Se você faltou ou sobrou nesta lista, me avise pelo facebook ou por aqui mesmo:




Célia Rennó, Rita Stano, Claudia Riêra, Paulinha Chaves, Luiz Raponi, Neusa Gonçalves, Luiz Brochetto, Ulysses Gomes, Paulino Abranches, Carlos Lara, Patrícia dos Anjos, Breno Carvalho, Cleber David, Chico do PT, Angelina Salomon, Lilita Noronha, Adriana Candal, Elaine Leite, Ricardo Mello, Arlindo Ramos, Antonio Thomas Machado, Zeca Maurício, Marcelo Dalla, Débora Serrano, Virgínia Rennó, Gerson Cleber Morais, Rafael Pereira, Roger Azevedo, Tatiane Braga, Lúcia Garrido, Leandra Machado, Edna Pamplona, Solano Loureiro, Genoveva Goulart, Eleusa Viana, Mário Viana, Marta Betânia, Carlos Alberto Fortes, Myrian Souza, Adriana Vilela, Dalila Brandão Pereira, Clarissa Cruz, Cristina Franco, Tânia Martins, Ravi Sawaya, Maria Alzira David, Gílcia Maria, Débora Goulart, Dinarte Lopes, Jussara Rocha, Sebastião Moraes, Regina Rennó, Maristela Lara, Maria Paula Feichas, Fernanda Lopes, Kamille Vaz, Mônica Nabak, Maurício Ferreira, Carolina (do Maurício), Rodrigo Melo, Talita Lima, Antônio Márcio Matos, Ângela Collares, Ronaldo Gonçalves, Ana Sofia Viana Alves, Rodrigo Prates, Nêssa da Silva e quem mais vier........ 

Aida tem vaga. São pouco mais de 60 cadeiras no cinema. Quem quer embarcar nessa mande uma mensagem!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Corrupção eleitoral!


Lá pelos idos de 1970 e poucos, quando eu era desse tamaninho aí da foto, venci este concurso de mini-miss na Escola Estadual Major João Pereira, em Itajubá. Primeiro, registro aqui, tantos anos depois, minha absoluta revolta com escolas que ainda hoje fazem isso, de escolher alguém pela carinha bonita que possa ter. Mas, naquela época, isso era comum e acho que ninguém se tocava do dano que isso poderia causar. Espero, sinceramente, que as escolas de hoje não usem mais essa prática.
Bem, mas naquela época, além da barbaridade dos concursos de beleza, esse aí foi ainda pior: era compra de votos pura. As meninas recebiam um bloquinho e cada cupom valia um voto. Quem vendesse mais, para arrecadar dinheiro para a caixa escolar, ganhava o concurso. Na delegacia de ensino, onde minha mãe trabalhava, rachei de vender votos. Só me falta uma peça nesse quebra-cabeça: será que todas as meninas da escola recebiam isso? Ou só aquelas que tinham condições físicas e estéticas para concorrer? Imagino que aí, desde a distribuição dos cupons, já houvesse uma escolha entre as 'melhores', não é?
Bem, mas fui mini-miss e ainda ganhei Seiva de Alfazema de presente! Deus nos livre disso. Não da seiva, que ainda tenho saudade do cheirinho, mas dos concursos de beleza.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Se a Débora Kerr que o Gregory Peck

Como eu ia dizendo, o Doutor Ricardo, que acabei conhecendo um pouco melhor ontem, está terminando a obra do que ele tem chamado de cineclube Itajubá. Fica naquela galeria do Edifício Virgínia de Oliveira, na Rua Doutor Pereira Cabral, rua da Caixa Econômica Federal, onde funcionou o Teatro Santa Cecília, do guerreiro e incansável Breno Carvalho.
Pois bem, o Doutor Ricardo não pretende que ali seja uma sala comercial, para exibição de lançamentos do mercado, mas um cinema para filmes clássicos, curtas ou de arte. Para isso, ele quer mobilizar a comunidade para a formação de um cineclube mesmo, em que as pessoas contribuem mensalmente e têm uma programação mensal à disposição.
A ideia dele vai muito além disso, mas é preciso que o tempo faça as coisas acontecerem ali. A curto prazo, o que eu me dispus a fazer para ser parceira dele é mobilizar gente que gosta de cinema, espalhar a notícia, juntar um grupo de pessoas que quer voltar a ver filme na telona em Itajubá.
Aos que me acompanham aqui e que interagiram bastante quando, dias atrás, a gente conversou sobre a saudade do Cine Presidente, fica o convite para se engajar nisso. Se não quiser se associar, pode comprar ingresso para sessões isoladas.
Combinei com o Doutor Ricardo que ajuntaria um grupo para um primeiro filme no cinema. Isso para depois deste feriado, provavelmente quarta-feira da próxima semana. Fica aqui o convite e a pergunta no ar: quem quer ir? Mande um comentário por aqui (pra quem consegue) ou no meu facebook. Os interessados podem indicar outras pessoas também.
Depois de fechar com ele, informo sobre o dia certinho e o horário. Ah e também aceitam-se sugestões de títulos de filmes clássicos que possam ser exibidos para nosso deleite.
Então, fiquem atentos às minhas postagens no blog e no face para que a gente possa estrear aquele simpático, charmoso e tão esperado cinema.
É assim que eu gosto: cidade viva, com cultura correndo pelas veias. Vamos contribuir ao menos um pouco com isso.
Até mais ver, pessoal!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Fui ao cinema hoje, em Itajubá



É verdade. Assisti hoje a um trecho de um filme com Bruce Willys, charmosamente fardado de policial, em Pittsburgh. Isso foi às duas da tarde, no centro de Itajubá, igualzinho quando a gente pegava uma matinê no Cine Presidente. Sentei numa cadeira do Cine Presidente, o projetor, idem. Minha memória estava lá, 20 anos atrás, na praça do relógio. Não é sonho não. Graças a um cinéfilo idealista, o espaço está quase para ser inaugurado em Itajubá.
O proprietário conta que chegou à cidade justamente no dia em que estavam acabando de vez com o Cine Presidente. Ficou muito chocado porque tinha gente marretando - literalmente - as cadeiras, para tirá-las lá de dentro. Pouco mais de 60 delas estão hoje neste novo espaço, recobertas não com os antigos rosa e azul, mas com vermelho.
Foi emocinante voltar ao escurinho do cinema na minha cidade. Ele testava o projetor e o som e eu pude assistir ao tal trechinho do filme. Nem sei quanto tempo fazia que eu não via um filme em tela grande. Como é mágica essa experiência. Nada se iguala a ela. É só você e o filme. Bruce Willys, hoje à tarde, estava numa perseguição policial roliudiana. Quanta emoção! Não vi o fim do filme, tomara que ele tenha conseguido pegar o assassino, que protagozinou a primeira cena do filme, jogando num rio caldaloso o corpo de uma mulher.
Aguardem mais informações sobre isso porque me juntei a esse idealista e realizador nesta grande iniciativa, tão aguardada por quem também ama a 7ª arte.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dia cheio de historinhas de vida real

O cotidiano
Durante um dia, ou melhor, apenas nas horas úteis do dia, vejo cenas simples e corriqueiras sobre as quais me dá uma enorme vontade de escrever. Já tentei andar com um caderninho na bolsa pra não deixar a idéia fugir, mas não deu certo. Não me adaptei a este método. Vou é tentar lembrar de todas as coisinhas e coisonas que me chamaram a atenção hoje.
- Já cedo, no caminho do trabalho, andei pensando sobre a ressaca que se abate sobre Itajubá às segundas-feiras. Na absoluta falta de ter o que fazer, a moçada vai pra rua mesmo, na noite de domingo, compra uma garrafa de bebida barata num supermercado de plantão e, no fim, enche os bueiros e as pobres sarjetas de sujeira: copo, garrafa, pacote de salgadinho... É uma ressaca mesmo. Uma pena que as pessoas não tenham educação e não entendam o espaço público como sendo seu. Público é sem dono, feito pra sujar mesmo, pensam os que não têm a sorte de serem alvo de um processo cotidiano e eterno de educação.
- Na passagem pela praça central, uma ‘demanda espontânea’ para o deputado me fez parar na rua. Em seguida, um velho conhecido acena e grita de longe: - e a manchete? – Que manchete? Certamente, ele se referia à notícia recente de que o PT, partido ao qual pertenço, decidiu em reunião que teria candidato próprio na próxima eleição municipal. Caraca, o negócio gerou uma falação, um chororô danado. Pelamordedeus! Não carece tanta polêmica, qualquer partido tem direito a lançar candidato. Coligações não são eternas nem aqui nem em lugar nenhum.
- Em casa, enfrento mais um dos desafios que a maternidade impõe a todas nós: fazer o curativo no nariz do filho que foi operado. Patife no último com sangue e enfermidades em geral, respiro fundo e troco o curativo do meu bebê (diga-se de passagem, um bebê universitário). Egoísmo meu dizer que respiro fundo porque ele mesmo não consegue respirar pelo nariz. Agonia pura essa história de ter uma obstrução no canal de entrada do ar. Ninguém merece isso. Aliás, essa é a coisona sobre a qual preciso usar mais letras para escrever. Na última semana, enfrentei a dificuldade de ter que entregar o filho nas mãos de um cirurgião e um anestesista. Se não fosse a fé em Deus e a confiança que depositei nos médicos, eu não resistiria. Chorei feito criança, rezei feito uma beata, sofri como uma condenada. Isso só confirma minha certeza de que o que mais desejo a todas as pessoas neste mundo é que seus filhos tenham saúde. O resto é nada.
Hoje, depois da cirurgia bem sucedida, mas com a dor recente ainda fresca na memória, vi uma jovem mãe com um garoto no colo, na sala de espera do médico. Menino doente, raquítico, com olhar distante, corpinho desconjuntado. Meu Deus, tenha compaixão, era a única coisa que eu me permitia pensar. De longe da recepcionista, a mãe consulta sobre o dia em que podia fazer um exame. 30 de maio. Só tem vaga para 30 de maio. Isso numa clínica particular, que aceita bons convênios. E o SUS? Se esta resposta fosse dada numa unidade pública de saúde, era motivo pra radialista sair gritando por aí. É preciso olhar para o todo, ter uma visão macro das coisas e não fragmentá-las e se equivocar nos julgamentos.
Na clínica, de repente, o avô entra com o outro filho da moça. Calculo que sejam gêmeos, pelo tamanho. Um saudável, correndo pela sala de espera, o outro, com o olhar distante. Meu Deus, saúde é o que desejo sempre, sempre e sempre.
- Na Internet, essa maravilhosa máquina de reaproximar as pessoas, reencontro uma antiga amiga de escola, Regiane Ladislau, que, fiquei sabendo depois, é seguidora minha aqui no blog. Salve Regiane, bons tempos em que os trabalhos e as provas eram as maiores preocupações da nossa vida.
- Na farmácia, no início da noite, uma moça, com todo o frescor que a juventude dá, sobe na balança e diz pro namorado, que está na fila: - cancela o jantar! Santo Deus, como pode, né? Com seus 20 anos, corpo magrinho e bonito, a menina está preocupada com os ponteiros da balança (aliás, a balança é digital). Que escravidão essa que as pessoas são submetidas de que têm que ficar magras e gostosas.
- Dia cheio de crônicas, de personagens, de pequenas e corriqueiras histórias reais.
Até amanhã!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cultura promove transformação social e econômica

Pesquisa divulgada ontem e realizada pela Federação do Comércio do Rio mostra, para nossa alegria, que o brasileiro está avançando em termos de hábitos culturais. Ir a um cinema – nas cidades benditas que têm um – assistir a um show ou ler um bom livro são atitudes mais comuns hoje que em anos anteriores. Mesmo assim, os números são incrivelmente baixos. Bem, se por um lado é motivo pra comemorar o aumento de 13 pontos percentuais no número de brasileiros que freqüentaram alguma atividade cultural em 2010, por outro, é mais importante ainda refletir sobre esse tímido comparecimento do brasileiro aos ambientes culturais. Segundo a pesquisa, o baixo índice não se deve ao preço do ingresso nem à falta de opções culturais, mas a falta de hábito mesmo.
Aí é que eu questiono. As pessoas não têm o hábito porque ele não é cultivado ou incentivado. E como é que se incentiva? Oferecendo opções de cultura. Não tem outro jeito. É mostrando o quanto é bom ir a uma peça teatral, a um show ou ao cinema, ler um livro interessante ou participar de uma exposição legal. É assim que se cria o hábito. É fazendo. Igualzinho à leitura. Aprende-se lendo. Não tem fórmula mágica. Não existe um comprimido que, tomando, faz a pessoa querer sair correndo pra ir ao teatro. Infelizmente.
E o papel do poder público nisso é fundamental. Considerando que a cultura promove transformação social e econômica, é dever do poder público estimular não só o acesso aos meios de cultura, mas a produção local de cultura. Já disse isso e repito, é muito mais importante investir o dinheiro público oferecendo condições para que as pessoas desenvolvam suas potencialidades do que oferecer o espetáculo pronto.
No Expresso da Cultura, realizado recentemente pelo Ulysses – hoje deputado – uma pesquisa informal também foi feita neste sentido. Constatou-se que 70 e la vai pedrada por cento nunca tinham ido ao teatro. Outros tantos nunca tinham ido ao cinema. Uma pena, grande pena! Itajubá não tem teatro enquanto espaço físico e acho que nenhum grupo resistiu à falta de apoio. Não tem cinema, pois, assistimos às Casas Pernambucanas tomar o lugar da tela, impunemente, sem que nada pudéssemos fazer. Mas, por outro lado, mesmo sem um teatro físico, quando tem gente apaixonada pela arte, incentivada a isso, a coisa acontece até no meio da rua. Mas tem que ter apoio, incentivo. E a tradução disso é orçamento. Não se prioriza só no discurso, mas no orçamento. Em Itajubá, assim como na grande e absoluta maioria dos municípios brasileiros, o orçamento pra cultura é risível. Aí fica difícil resitir, não há amor à arte que sobreviva de vento.
Artista tem que ter trabalho o ano inteiro. Tem que ser pago para oferecer formação artística e para mostrar sua arte. Cultura pode dar dinheiro, pode gerar emprego, pode promover uma profunda transformação social. É isso!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Precisamos de coisas que elevem a alma

Ando meio afastada aqui do blog, mas acho que estou mesmo é com preguiça. Uma preguiça enorme de falar, de dialogar, de querer convencer alguém de alguma coisa, de tentar ajudar esclarecer, de argumentar............ quanta coisa que dá trabalho!
Estou com muita preguiça de dar continuidade a tantas conversas de pessoas que me param na rua para saber minha opinião sobre isso e aquilo. Querem saber se ouvi a rádio tal, a entrevista tal, a carta no jornal tal..... Ai que preguiça, Deus meu!
Preguiça porque é tudo tão pequenininho. Tanta coisa importante de verdade pra se pensar e fazer e as pessoas gostam de se ocupar com uns detalhes que só servem pra cansar os nossos ouvidos e olhos, os nossos sentidos. Gastam um tempo enorme desfiando mágoas, rancores, ódio mesmo, eu diria. A motivação principal não quero nem pensar qual é. Só sei que tô cansada de tanta conversa que devia é ser jogada fora. Há tanto a se fazer em nossa cidade, tanta oportunidade a não se perder, tanto potencial pra se explorar.... e, sinceramente, tenho preferido ouvir Astor Piazzolla, que eleva a alma, faz a gente ver o quanto o ser humano é capaz de produzir, o quanto o homem é dono de um poder incrível de transformar o mundo. Preguiça de quem usa seu tempo para xingar, reclamar, dar corda pra picuinha, pra quem gosta de estimular o mal feito.

domingo, 20 de março de 2011

O muro de arrimo da discórdia

Quem acompanha as notícias, em Itajubá, entende o motivo do título deste texto. Em mês de aniversário de uma cidade, é comum que as prefeituras divulguem a programação de comemoração. Em Itajubá, entre a programação dos 192 anos da cidade, constou a inauguração de um muro de arrimo numa escola municipal.
Não é preciso ser muito inteligente para saber que, obviamente, a Prefeitura deu, de mão beijada, para os críticos mais ferinos, um prato cheio. Inauguração de muro de arrimo? kkkkkkkk, zombavam os tais.
Venhamos e convenhamos, quando a gente faz uma reforma na casa, constrói uma piscina, um jardim interno, a gente até pode fazer uma festa de inauguração, chamar os amigos mais chegados e brindar aquela conquista. Mas, desconheço que alguém chame os amigos pra brindar o desentupimento do esgoto, a limpeza da caixa de gordura ou a troca de azulejos quebrados.
Por outro lado, acho importante sim a construção de um muro de arrimo numa escola. Especialmente nesta, onde havia risco para a criançada. Apesar da gravidade da situação, era uma reivindicação antiga, agora satisfeita pela administração. Ainda outro lado: a Prefeitura é obrigada por lei a dar publicidade a tudo o que realiza, com o quê e quanto gasta. Portanto, precisa divulgar sim que construiu o tal muro e quanto custou isso.
Só acho que a Prefeitura poderia ter se poupado das línguas contrárias, não tratando deste muro como algo a se inaugurar com festa. Melhor teria sido se se divulgasse, de forma impressa, um balanço dessas obras de manutenção, com seus custos e benefícios, mas que não se soltasse rojão por elas.



MUSEU WENCESLAU BRAS


Como parte da programação do aniversário de Itajubá, o melhor momento foi o da entrega do Museu Wenceslau Bras, em estação ferroviária restaurada. Festança em frente ao museu, com direito a longos discursos, hinos e banda, a devolução daquele belo prédio é, sim, motivo para festa. Iniciativa da administração anterior, que deu o start no processo, a restauração, levada adiante pela atual, devolveu à cidade um lugar charmoso, que estava se deteriorando aos olhos de todos, penalizados.
Enquanto agonizava, a estação ferroviária servia de palco para a miséria humana dar seu espetáculo. Bêbados, mendigos, sujinhos, faziam de tudo ali, ao alcance fácil fácil dos olhos e narizes de todos nós. Uma ferida aberta, que sangrava todo dia na nossa cara, de um mundo de desiguldades no qual nos esbarramos em muitas esquinas.
Durante a inauguração, assisti ao desabafo de uma das mulheres que viveu ali, na plataforma da estação, por cinco ou dez anos, segundo sua mente bêbada e imprecisa. "Aqui era a minha casa, naquele canto ali era o bosteiro e agora, ninguém quer saber em que ponte que nóis tá", gritava ela, tentando ser ouvida em meio a multidão, encantada. Voz rouca, não adiantou tentar ser ouvida.
Memória restaurada, muro de arrimo nas rodinhas de conversa, necessidades satisfeitas em bloquetes, asfaltos, praça novinha.... É isso! 


segunda-feira, 14 de março de 2011

Anonimato na rede

Os textos que coloco aqui recebem comentários não aqui, mas no meu facebook. Interessante isso. É uma rede mesmo, em que os vários ambientes estão ligados. Twitter, Facebook, o caduco orkut, blogs de toda espécie e por aí afora. Uma rede que, infelizmente, é muito usada pelos anônimos. Não adianta. Não consigo me convencer de que o anonimato mereça consideração e respeito. Pessoas que reclamam, gritam, criticam, ironizam, zombam, reivindicam... que força podem ter se não tem sequer a coragem de assumirem quem são? Não tem nome nem rosto. É cômodo se esconder atrás de um nome falso, de uma identidade fantasma. E acho, inclusive, que quem não mostra a cara é conivente com as coisas 'erradas' que tanto critica.
Dar a cara pra bater, manifestar ideias e opiniões em público ou, simplesmente, realizar ou participar de algo (e levar porrada ou elogio por isso) como faz o Zezinho Riera, em seu movimentado blog. Isso sim é difícil. Esse é corajoso. Tem opinião, doa a quem doer. Concordemos ou não com ele - eu, na maioria das vezes, discordo - está se expondo, se sujeitando ao desgaste todo que as pessoas que têm opinião sofrem.
Estou certa de que as pessoas entendem que não me refiro aqui ao conteúdo das falas anônimas. Isso é outra história, com quilômetros de distância desta. Falo sobre a atitude do anonimato. Sou e serei radicalmente contra qualquer tentativa de se proibir o anonimato na rede, mesmo que isso seja possível. Não acho que seja caso para ser resolvido por lei, mas é caso de reflexão individual, da pessoa pensar se mais ajuda ou atrapalha não participando de verdade, mas olhando e gritando por detrás da cortina.

Professor Renato Nunes, reitor da Unifei, leitor assíduo de blogs como este, dialoga 'tecla a tecla' de forma transparente. Admiro.

sábado, 12 de março de 2011

4 estações

Estou à frente do computador escolhendo um assunto pra rabiscar aqui. Geralmente, nas minhas matérias jornalísticas, começava mesmo pelo título. Pode parecer óbvio, mas não é regra geral. Muita gente escreve o texto todo e, só depois, dá o título. Eu nunca funcionei assim. Quando dava o título, é porque já tinha a matéria toda na cabeça. Sabia como começar, meiar e finalizar o texto.
Hoje, não foi diferente: queria pensar em algo sobre o quê escrever. Repensei o dia de hoje, que teve um pouco de tudo: alegria e dor, medo e coragem, otimismo e o contrário, frio e calor. Dei o título já sabendo que a sensação das 4 estações foi a que tive hoje.
Hoje, 4 estações passaram por mim. Tudo ao mesmo tempo agora. Não quero escrever sobre nenhuma delas especificamente, porque, depois de um ciclo completo num dia só, faltam-me forças.
Neste momento, estou em pleno outono: minhas folhas caem sem dó. Espero acordar amanhã com o céu azul do inverno que tanto me traz alegria. Chuvas vão voltar, tenho certeza, mas por hoje chega. Estou outonando. E nada mais quero.

terça-feira, 8 de março de 2011

Pra Chico Buarque (No dia Internacional das Mulheres, para quem melhor sabe traduzir a alma e os desejos femininos)


Se eu fosse escrever, pareceria tolice.
Elogio, lugar comum.
Se tentasse explicar, seria estúpida.
Ofereço-lhe meu silêncio.
Eu, que te ouço, e nem quase respiro!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Vida desregrada no Carnaval

Ai como é bom tirar licença das regras e lançar-se ao desgoverno, de vez em quando. Foi o que aconteceu neste carnaval. Casa cheia de sobrinhos já adultos, com quem se pode trocar ideias, bater papo de gente grande, dormir até a hora que se quer, ir pra cama quase que na hora do sol raiar. Fazer a comida na hora que o estômago grita, deixar para pôr o lixo pra fora só depois, arrumar as camas pra quê, já que, logo logo, a gente vai deitar de novo.
E, em plena segunda-feira, poder ficar horas em frente ao computador pescando raridades no You Tube e compartilhando no Facebook. O mundo está dentro de casa. A chuva ajuda.
Mas desgoverno dura pouco. Quarta-feira está aí e a roda começa a rodar de novo.

sábado, 5 de março de 2011

Rastaquera

Ah, que pena. Usei a palavra rastaquera no texto abaixo, porque achava que ela queria dizer chinfrin. Descobri que não é. Rastaquera é o indivíduo que ostenta luxo, exageradamente, coisa típica de novo-rico. Chico Buarque usou a palavra lindamente na música da foto que não era para capa. Ele dizia: o larápio rastaquera....
Não vou retirar a palavra do texto. No meu texto, ela terá o significado que eu pensei pra ela. Com licença.
É só.

Um sonho possível de Carnaval, em Itajubá


A batucada do samba toca fundo em mim. O toque dos tambores parece que vibra na mesma frequência do meu coração. Romântico, não? Mas é serio. Na hora que passa a bateria, pode ser do bloco mais rastaquera do mundo, fico extasiada.
E como estamos em época de batucada, em pleno Carnaval, fico pensando cá com meus botões como é que uma cidade como Itajubá poderia aproveitar o Carnaval. Aproveitar o ano inteiro e não só nos dias da festa. Aproveitar como educação, como fonte de renda, oferta de lazer, organização social. O Carnaval é uma escola. Uma escola de samba e vida.
É possível para Itajubá ter um espaço - nos moldes de um galpão - com oficinas de costura, design de fantasia e alegoria, composição de letra e música, ritmo, dança, percussão .... e tudo mais que o universo do Carnaval invoca. Isso tudo rolando durante todo o ano. Todos trabalhando sob encomenda para escolas da cidade e de fora dela. Tendo lucro e, ao mesmo tempo, aprendendo, desenvolvendo novidades, criatividade. Oficinas gratuitas para a molecada aprender a tocar tambor, sambar e aproveitar o bom da vida.
Para animar, o espaço teria roda de samba todo fim de semana, com renda revertida para o projeto. Temos público certo para os bares de Itajubá e aproveitaríamos essa plateia para curtir o samba e tomar sua cerveja nessa Casa de Samba ou Casa do Carnaval ou algo que o valha.
Os grupos já organizados poderiam explorar o espaço - a cada fim de semana uma turma - para que a renda seja revertida para a escola brilhar no fim do ano.
Tudo isso com um bom marketing, vendendo a tecnologia do Carnaval para todo o Estado e também para o País.
Quando fevereiro chegasse, a cidade toda estaria pronta, viva, mais rica e feliz. E as cabrochas pendurariam a saia no amanhacer da quarta-feira.  

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Prefeitura pode construir um cinema?

Não, não pode. Isso porque não tem recursos para isso. São tantas as necessidades de Saúde, Obras, Assistência Social, enfim, que as prefeituras, de um modo geral, não conseguem construir teatros, centros culturais... Cinema, então, eu nunca ouvi falar de algum que seja público. Pode ter algum impedimento legal também. Não acredito que tenha.
Mas, como disse na rádio hoje, o que as prefeituras não conseguem executar - seja por questões financeiras ou legais ou até de finalidade mesmo - elas podem sugerir que outros façam. A meu ver, a Prefeitura tem um papel de articulador de outras forças, de colocar numa mesma mesa outros atores para conversar e, assim, ver acontecer o que ela própria não pode realizar.
Se o interesse coletivo é que está na pauta do dia, a Prefeitura pode sim usar de sua rede de relacionamentos, para atrair as 'coisas' para a cidade. Assim como faz para atrair empresas, que dão emprego para os habitantes, a Prefeitura pode atrair grupos que queiram e tenham condições de construir um cinema. Oferecer lazer e cultura é também um dos papéis de uma administração.
No programa de governo do atual prefeito de Itajubá foi incorporada a proposta do PT de criar o programa Cinema na Rua. Ainda não aconteceu, por várias dificuldades. Vamos ver se até o fim do mandato, sai do papel e ganha as ruas. Estou na torcida, como membro atuante do MSC (Movimento dos sem Cinema).
É isso!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Que saudade do Cine Presidente de Itajubá!!!

Ao escrever meu texto postado agora há pouco, fiquei lembrando de quando Itajubá tinha cinema. Já foram vários, enchiam os dedos de uma mão, o que não era pouco para uma cidade deste tamanho. Agora temos nenhum. Nenhumzinho sequer para que a gente possa se arrumar pra sair de casa, comprar uma pipoca na porta, viajar na trama do filme, namorar no escurinho... tudo de bom! Lembro-me quando saía do Cine Presidente depois de um filme e parecia que a cidade estava diferente. Eu é que estava diferente. Na sala de cinema, é só você e o filme. Não tem campainha tocando, vizinho gritando, alguém te pedindo alguma coisa. A hora do filme dentro do cinema é a licença que a gente tira para poder pensar, sonhar, se emocionar.
Quanta saudade do Cine Presidente e também do Alvorada. Se não estou enganada, a última vez que fui lá foi pra ver Barbra Streinsand, num filme em que ela era cantora. Nem lembro mais o nome. Algo como estrela (star), sei lá. Só sei que a estrela daquele pedaço hoje é o Magazine Luisa, vendendo cada vez mais aparelhos de TV, pra que as pessoas não sintam saudade do cinema.
Mas eu sinto. E principalmente do Presidente, onde eu ia mais. A última vez que fui lá foi pra ver O Sexto Sentido. Não sei não, mas meu terceiro olho está vendo que aquele tempo bom não volta nunca mais. Tivemos uma promessa esperada de que o Shopping Vila Nova teria duas salas de cinema. Puseram água na boca da gente e até agora, nada.
Pipoca, beijo na boca, o lanterninha, a Bala Chita..... Eu era feliz e não sabia.

Os jovens não têm mais o que fazer?

Não, não tem. Jovens, em cidade como Itajubá, não têm nada o que fazer. Já disse isso várias vezes neste espaço porque é, realmente, uma coisa que me incomoda demais. Na falta de algo útil a se fazer, é claro, caem na gandaia. Eu sei que tem época pra tudo, que o início da juventude é um mundo de delícias e altas descobertas, hormônios à flor da pele, sexo começando a ser possível, curiosidade sobre tudo o que tem por aí. E a droga reinando poderosa nesse meio, fazendo de reféns aqueles que não têm outras coisas mais interessantes pra curtir.
Os municípios precisam de políticas públicas para a juventude, que envolvam a Cultura, a Educação, o Esporte, a Promoção Social, o Meio Ambiente, enfim, tudo pode ser articulado e conectado para ações coordenadas que ofereçam uma alternativa à droga. Não adiantam ações isoladas e temporárias. É preciso um sistema completo, integrando todas essas áreas citadas, pegando os meninos e meninas em todos os aspectos e ambientes que eles possam estar.
Itajubá não tem teatro, nem oficinas. Não tem cinema. Não tem, por exemplo, espaço público em que essa meninada possa aprender a tocar um instrumento, possa aperfeiçoar os passos de dança de rua. Não tem um espaço em que a moçada possa se divertir sem que seja a mesa de um bar. Fica difícil concorrer com o ócio, vizinho da droga.
Essa história é, realmente, uma droga!

   

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

É tempo do verde em meu coração!

Pára o mundo que eu quero descer. Hoje está sendo um dos dias mais felizes da minha vida. Meu filhotinho mais velho (ah, tão novinho, praticamente um bebê), foi aprovado na Universidade Federal de Itajubá, depois de amargar uma angústia danada na fila do SISU. Agora, além de fila do SUS, tem fila do SISU também. Mas, eita fila boa essa, quando chega a nossa hora.
É a hora do Caio. O primeiro ano do resto da vida dele. Eu estarei sempre aqui, ao lado, pro que der e vier.
Sempre tentei estar atenta a tudo o que se passava com meus filhos. Mas tive e ainda tenho muita culpa por ter me dedicado tanto ao trabalho, ao longo desses 20 anos de profissão, tendo que deixá-los, muitas vezes, sem mim. Meu coração esteve sempre ao lado, mas minha presença física nem sempre. E isso, em alguns momentos, me corroía de dor.
Apesar de ter tido pouca quantidade, no limite do que minha vida permitiu - o que ainda hoje é assim - espero que a qualidade de minha relação com meus pequenininhos lhes sirva por toda a vida. Com ou sem mim.
Que respeitem os outros, não agridam ninguém, que gostem de conviver com as diferenças, sejam solidários com quem precisa, que sejam otismistas, tenham fé na vida, tenham amigos em quem confiar, que creiam em Deus - seja qual for a forma que se queria dar a Ele - que tenham ética na profissão e na vida, que sejam felizes e façam os outros felizes também. É a semente que quis plantar, ao lado do Luiz, o pai mais doce que alguém pode ter. Os dois tiveram a mesma sorte que eu, com meu velho e, hoje, tão sofrido pai.
Fica aqui compartilhada com todos a minha alegria, meu orgulho pelos meus filhos. Ivan, seja feliz sempre. Caio, meu querido, parabéns! Estou sempre aqui.



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Diário de Anne Frank, perseguida pelo trabalho! Corra Lola, corra!

Tem gente que eu vejo andando devagarinho pela rua, que dá até gosto. É a senhorinha que vai, calmamente, à padaria; a outra que volta de uma volta pelo centro, onde foi para olhar as vitrines; tem ainda a outra que sai da igreja e volta para casa para preparar o jantar pro marido. Passo após passo, num ritmo de dar inveja (às vezes, só).
Não sei se algum dia eu serei vista assim, caminhando apenasmente. Eu, geralmente, caminho sempre por algum motivo: é pra ir de um trabalho ao outro, para suprir a casa de mantimentos, para participar de uma reunião, para tentar emagrecer, para isso isso e mais isso. Ufa!!! Pernocas pra que te quero!
Hoje, por exemplo, a coisa foi 'braba': 6 da madruga, o despertador grita e nada há mais a se fazer além de levantar a carcaça e sair pra lida. A rotina começa. Atende o filho que sai pra escola, banho, café, internet para se informar, atualizar site, levanta, corre, entra na rádio, entra no ar, sai do ar, corre, almoça, escritório político, visita em imóveis, reunião na escola, colaboração para um projeto cultural. Socorro!!! Já são mais de 22h. E pensa que acbaou? Nada. Comida pro filho - aquele que pulou da cama às 6 - blog, emails, bate papo virtual, receber o marido para prosear sobre como foi o dia...........
Quero colo!!!!!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Livros só mudam pessoas!

Transcrevo, abaixo, um texto que eu retirei do blog 'Livros só mudam pessoas', sobre a importância de se cultivar o hábito da leitura. Queria que Itajubá tivesse uma biblioteca viva, cheia de atividades de incentivo à leitura. Uma não. Muito mais que isso. Uma biblioteca que tivesse braços itinerantes, que pudesse ir buscar o leitor onde ele possa estar. O potencial leitor.
Queria eventos ligados ao livro, projetos de distribuição deles, livros na rua, gritando, chamando leitores por todos os lados. Ah, essa é a cidade que eu sonho!

Vale ler este texto, assim como vale conhecer o projeto da Colômbia, que se chama Rede Capital de Bibliotecas Púiblicas, de Bogotá. Maravilhoso!


Embora haja conquistado alguns avanços no setor da educação, o Brasil ainda se encontra longe do patamar louvável de qualidade na escola pública. Registra-se, sobretudo, notória omissão no sentido de se incentivar os alunos no encaminhamento ao hábito da leitura, com o objetivo de neles desenvolver a capacidade de compreender diversificados tipos de texto. Recentes avaliações comprovam que, em países líderes na tabela do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, entre eles a Finlândia e o Canadá, o hábito de ler decorre, principalmente, do estímulo recebido em casa e da influência exercida pelos pais e familiares.
Um exemplo preciso da eficácia desse produtivo estímulo vem da Coreia do Sul, país que há 60 anos detinha elevados índices de analfabetismo. Para superar o problema, foi introduzida uma reforma educacional que incluía a leitura como item fundamental ao desenvolvimento do ensino de alto nível. Empresas, fundações e as próprias famílias se reuniram em torno do projeto, merecendo registro especial o fato de que uma das maiores redes destinadas à educação, denominada Crianças e Bibliotecas, nasceu da iniciativa de um grupo de mães resolutamente decidido a aprimorar os conhecimentos e as aptidões de seus filhos. Os excelentes resultados não se fizeram esperar: a Coreia do Sul atualmente ocupa uma das lideranças na aferição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos.
No Brasil, lamentavelmente, o apego aos livros não é cultivado nem mesmo em meio a alguns mestres. Partindo da premissa de que todo tipo de leitura é válido e contribui, cada qual a seu modo, para a ampliação do discernimento cultural, é constrangedor constatar que são ignorados, por inúmeras escolas, tanto os clássicos da literatura nacional e internacional quanto jornais, revistas e, até mesmo, “blogs” da Internet, todos eles portadores de inegáveis parcelas de contribuição ao costume de ler.
Como já não existe o estímulo em casa, a atuação ineficiente de algumas escolas praticamente em nada contribui para atrair a atenção dos estudantes em relação aos livros. Os analfabetos funcionais se multiplicam, portanto.
Em outros casos, entretanto, ocorre o inverso. Os professores podem exigir além do recomendado para faixa de conhecimento e tornar improdutiva a leitura de obras clássicas pela difícil compreensão, inadequadas para a faixa etária das crianças e adolescentes para a qual elas são prescritas. Às voltas com um livro cujo conteúdo escapa à natural capacidade de entendimento da sua idade, os alunos terminam por rotular de “chata” a literatura como um todo, algo visto como uma obrigação enfadonha e não, como a forma inesgotável de entretenimento e descobertas que realmente é.
Ainda que seja sempre indiscutível a importância da escola no processo de aprendizado, vem se impondo, cada vez mais, o consenso de como é importante a contribuição da família para contagiar os filhos quanto ao saudável interesse por livros, jornais e revistas, com o cuidado de ressaltar o que significa, na consolidação da autoestima de cada um, o fato de tornar-se informado, atualizado e competente para o exercício de futuros desempenhos profissionais.
Fonte: Diário do Nordeste

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A coisa está esquentando!

As eleições municipais, em Itajubá, estão dando o que falar. Ajudei a dar o start nas discussões, postando um texto aqui sobre os nomes que já estão na berlinda. A partir daí, comentários de pessoas ligadas, de alguma forma, ao tema e postagens no blog do Zezinho Riêra - que já quis ser prefeito e hoje comenta e analisa o cenário político local - estão dando sequência a esta importante discussão para que a cidade possa avançar.
Tem gente que torce o nariz porque enxerga que essa discussão restringe-se a nomes, viabilidades eleitorais, interesses individuais. Mas eu entendo que é preciso aprofundar mais a discussão. O que deve estar na pauta, mais do que puramente nomes, é programa, política pública que cada grupo pode oferecer, condições de governabilidade. Nome é importante, claro, mas história e comprometimento político são muito mais.
Hoje, participo de uma reunião do Partido dos Trabalhadores em que a conjuntura local estará na pauta. Tenho uma tese a defender, baseada na experiência que venho acumulando na política local, desde 2001, quando iniciei no rádio aqui em Itajubá. De lá para cá, vi muita coisa acontecer. Vi sob vários ângulos. Vi com o olhar de quem está dentro da organização partidária; vi também com os olhos de cidadã; sob a ótica eleitoral, quando das minhas contribições em campanhas; vi também com os olhos de quem participou de governo municipal. Conheci mais de perto as pessoas que estão fazendo a política de Itajubá, suas intenções, sua forma de atuação.
Minha tese, por motivos óbvios, não vou escancarar aqui, já que se trata de uma discussão que ainda está no âmbito do partido. Só gostaria de manifestar meu desejo de que as alianças, as aproximações de partidos e/ou pessoas, não tenham apenas o critério da viabilidade eleitoral. Governo construído sobre esta base não faz cidade nenhuma avançar. É preciso ter afinidade programática, responsabilidades definidas, ideais e ações não-conflitantes. 
É isso! 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quis saber o que é o desejo...

Hoje, na vinda de BH para Itajubá, viemos ouvindo, em grande parte da viagem, Chico Buarque. Numa seleção de primeira (como se houvesse algo diferente disso na obra do Chico) do meu amigo Rogério Azevedo, ouvi canções que há tempos não ouvia, outras que me arrepiam, tantas que marcaram momentos da minha vida, outras que parece que foram feitas pra mim. Esgotei o apetite do meu coração. Havia tempos, não ouvia essa, cuja letra transcrevo aqui:

Tanta Saudade

Era tanta saudade
É, pra matar
Eu fiquei até doente
Eu fiquei até doente, menina
Se eu não mato a saudade
É, deixa estar
Saudade mata a gente
Saudade mata a gente, menina

Quis saber o que é o desejo
De onde ele vem
Fui até o centro da terra
E é mais além
Procurei uma saída
O amor não tem
Estava ficando louco
Louco, louco de querer bem

Quis chegar até o limite
De uma paixão
Baldear o oceano
Com a minha mão
Encontrar o sal da vida
E a solidão
Esgotar o apetite
Todo o apetite do coração

Mas voltou a saudade
É, pra ficar
Ai, eu encarei de frente
Ai, eu encarei de frente, menina
Se eu ficar na saudade
É, deixa estar
Saudade engole a gente
Saudade engole a gente, menina


Ai, amor, miragem minha, minha linha do horizonte, é monte atrás de monte, é
monte, a fonte nunca mais que seca
Ai, saudade, inda sou moço, aquele poço não tem fundo, é um mundo e dentro
um mundo e dentro um mundo e dentro é um mundo que me leva