terça-feira, 16 de novembro de 2010

Biblioteca não pode parecer velório. Silêncio!!!


Nos últimos tempos, a falta do quê fazer da nossa juventude tem sido uma das coisas que mais me incomoda. Fico abalada de ver que a moçadinha tem apenas botecos para frequentar nas cidades. Essa preocupação vem ao encontro de uma defesa que sempre faço de políticas de promoção da leitura. Você pode me perguntar: mas você acha que jovem gosta de ler, que trocaria uma mesa de boteco por um livro? Hoje, tenho certeza que não. Pelo menos, a maioria deles fica com o boteco, mas uma política pública que inclua no cardápio de uma biblioteca, atividades de lazer e cultura, música, entretenimento, certamente, atrairá a atenção daqueles que, por falta de conhecer coisa melhor, acabam se entregando ao ócio alcoólico social – que pode se agravar e todo mundo já sabe onde vai dar.
Os municípios podem sim criar bibliotecas públicas que funcionem como centros culturais e pontos de encontro da comunidade. Em vez de álcool, sirvam-se viagens pelos livros e pelas diversas manifestações da cultura, além da literatura. E que funcionem todos os dias da semana e do ano, à noite também. Basta querer e colocar na pauta de prioridade. E isso quer dizer: colocar no Orçamento e no Planejamento.
A biblioteca deve começar a atrair desde o menorzinho ‘ leitor’, antes mesmo que ele aprenda as letras. Ele vai aprender a ler um monte de coisas na vida. Ler oportunidades, criatividade. Ler o mundo que o cerca. A leitura é uma extensão da memória e da imaginação, com ela vislumbra-se a possibilidade de transformar o mundo, de melhorar a vida. Se cultivada desde cedo, certamente será mantida na juventude e na idade adulta. E todos têm a ganhar, em todos os sentidos: quem lê aprende a viver melhor a respeitar o mundo em que vive.
As bibliotecas costumam parecer uns velórios; tudo quieto, gente cochichando, aliás, os velórios costumam ser mais animados. E não deve ser assim: bibliotecas têm que ser vivas, dinâmicas, movimentadas, com atividades que formem leitores de mundo e não apenas os atendam.
Por bibliotecas vivas, mesmo que sem o dinheiro suficiente para proporcionar um espaço tecnologicamente sofisticado. Ler, seja lá como for, é que é uma sofisticação só!


3 comentários:

  1. Maravilhoso querida!!!! Assino embaixo. Vou colocar o link do seu blog lá na minha lista blogs.
    bjossssssssssss

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  2. Tá vendo o porque daquela minha sugestão?! Concordo plenamente. Ler está sempre associado a algo chato. Isso é uma construção histórica e social das elites que não querem que o povo descubra o prazer e o poder de ler...

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  3. Conheço diversas experiências de botecos integrados com bibliotecas ou vice versa, que têm dado muito certo. Aliás a sede do PT de Itajubá seria, com certeza mais movimentada se adotasse esse estilo.
    Pauta para a próxima reunião do diretório:
    "Butecloteca" Já!

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