quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Velhos e bons tempos de Rádio Jovem FM!

Ainda pensando sobre a responsabilidade com a informação que a gente passa pra frente, lembro-me quando comecei a cobrir as sessões da Câmara Municipal de Itajubá, época em que eu apresentava o Informativo 987, na Jovem FM, aqui em Itajubá.
Mas antes, um flash back, só pra situar quem tem interesse em me ler: Na greve das universidades federais do fim da década de 80, eu estava em Itajubá porque a UFJF estava parada. Nesse tempo, fiz um estágio na Jovem FM, quando o apresentador do programa chamava-se André. Ele saiu - não sei por quê - e eu fiquei cerca de 2 meses apresentando o programa. Foi a época em que começou na emissora Rodrigo Marques, que hoje apresenta o Itajubá Notícias, na Futura FM.
Ficamos apresentando, em dupla, o programa, por pouco tempo, e lembro-me de uma passagem engraçadíssima. Lendo um texto da Folha de São Paulo, Rodrigo lançou essa: Dom Helder foi à Câmara... Na verdade, era Dom Helder Câmara ..... A próxima nota seria lida por mim. Mas quem disse que eu consegui? Rachamos de rir. Sabe aquele ataque de riso incontrolável, que a gente até perde o fôlego? E isso, no ar, ao vivo. Não consigo me lembrar qual foi o fim disso. Certamente, a pessoa da técnica colocou comercial no ar.
Passada a greve, voltei para Juiz de Fora, depois fui trabalhar em Campinas e Ribeirão Preto e só em 1999, seis meses antes da fatídica enchente, voltei a viver em Itajubá. Passado algum tempo, fui convidada a voltar pro mesmo programa. O velho Informativo 987 da Jovem FM. No início, o diretor da rádio, Mafra, era quem cobria as sessões da Câmara. Num dia em que ele não pode ir, lá fui eu com meu gravadorzinho. Gravei as falas de todo mundo, editei um programinha pro dia seguinte, colocando no ar os próprios vereadores falando.
Apesar de ser uma fórmula pra lá de antiga, era novidade para a rádio. Até então, quem cobria a Câmara registrava as informações, criava um texto sobre e lia no ar. Passamos a colocar as próprias falas dos vereadores no ar. A coisa foi bem recebida pela audiência e rendeu até moção congratulatória da própria Câmara, assinada pelo então vereador Oscar Navarro.
Bem, mas agora sim chego ao ponto do que quero falar: mesmo colocando as próprias falas dos vereadores, o que, em tese, seria a fórmula mais próxima da objetividade, eu levei muita cara feia na 'fuça'. Os vereadores queixavam-se que eu escolhia a pior parte deles para colocar no ar.
Tá vendo só? Realmente era eu quem escolhia a parte da fala que ia pro ar. A fala era legítima, mas a escolha de qual mostrar era minha. E estava ali a minha opinião, embutida na edição. Imparcialidade é puro mito.
Não há como sair de si para executar qualquer tarefa que seja. Mesmo assim, insisto, devemos nos esmerar para chegar o menos longe possível da parcialidade, de tomar partido escancaradamente. Assim, contamina-se a informação para prejuízo de todos.
É isso!

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