domingo, 24 de abril de 2011

Se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava....

Em Itajubá, minha cidade, o estado das vias públicas é sempre tema que está na ponta da língua dos críticos e também dos leigos usuários. Por muito tempo, ouvi o argumento de que os problemas com a pavimentação eram inevitáveis e praticamente sem solução porque o solo é úmido, encharcado. Não sou engenheira, assim como a absoluta maioria das pessoas não é, mas acho que este argumento é mais tolo que .... (pense numa coisa bem tola e a encaixe aqui). A engenharia está aí pra isso, para resolver estes problemas. Não há nada sem solução, especialmente, uma coisa corriqueira como esta.
Itajubá está com asfalto novo em muitas ruas. Não conheço a qualidade do serviço porque não conversei com nenhum especialista sobre isso, mas acho que o "tempo é o melhor termômetro" para atestar a qualidade desse tipo de serviço.

Os problemas urbanos, comuns a todas as cidades, precisam do uso do conhecimento produzido na academia. Em Itajubá, temos várias áreas sendo aprofundadas nos bancos escolares e nos projetos de pesquisa. Precisam ser aplicados na cidade. Trago aqui um exemplo disso: união entre saber e fazer. Vale a leitura para quem gosta do tema.



ABCP realiza curso sobre pavimentos permeáveis
20/04/2011
Nos dias 26 e 27 de abril a ABCP realiza o curso “Projeto e construção de pavimentos permeáveis”, com o objetivo de transmitir informações sobre a gestão da drenagem urbana e a contribuição efetiva dos pavimentos permeáveis para essa questão.
Através de aulas expositivas, discussão de cases, uso de filmes e debate entre os participantes, o curso se destina a arquitetos, projetistas, administradores públicos de setores viários, ambientais e urbanos, engenheiros e pesquisadores, produtores de blocos, entre outros profissionais ligados ao tema.
Entre os temas, estão os conceitos sobre permeabilidade dos pavimentos intertravados; controle do escoamento superficial, projeto e construção, considerando aplicação sobre o terreno ou sobre lajes; cadernos de especificação construtiva e de manutenção; e apresentação de experiências nacionais e estrangeiras.
A crescente impermeabilização do solo nas grandes cidades tem tornado cada vez mais comum as enchentes, causadas pelo aumento do volume das águas superficiais que deságuam nos rios. Em condições normais, a água da chuva infiltra no solo e retorna ao lençol freático. Com a impermeabilização das ruas e aumento das áreas edificadas, a água de chuva chega em grandes volume nos rios, causando as inundações.
Uma alternativa utilizada na Europa e estados Unidos e que começa a ser empregada no Brasil são os pavimentos permeáveis, que podem ser utilizados como área transitável ao mesmo tempo em que permitem a infiltração de água. Esse comportamento diminui o volume das enxurradas, auxiliando na redução das enchentes. Os pavimentos permeáveis podem ser utilizados nos espaços públicos como calçadas, praças, estacionamentos, ruas de tráfego leve, entre outros usos.
Instrutores:
Engª Mariana Marchioni
Engenheira civil pela Escola de Engenharia Mauá, 2004. Mestranda em Engenharia na
área de materiais pela Escola Politécnica da USP. Atua na área da Indústria de Pré–fabricação na ABCP como pesquisadora de produtos à base de cimento. Secretária da norma de pavimento intertravado da ABNT.
Engº Cláudio Oliveira Silva
Engenheiro Civil pela Universidade de Guarulhos, 1993. Mestre em Engenharia na área de materiais de construção pela Escola Politécnica da USP, 2003. Doutorando em Engenharia na área de materiais pela Escola Politécnica da USP. Pós graduação em Administração Industrial – Escola Politécnica da USP – 2008. Gerente da Área da Indústria de pré-
Curso: Projeto e construção de pavimentos permeáveis

3 comentários:

  1. Esse é o canal para começarmos a mudar a realidade em que pequenas precipitações causam enormes transtornos nas áreas urbanas.
    Todo o pensamento técnico e arquitetônico de pavimentação e construções está, há séculos voltado para o escoamento e a drenagem de águas pluviais. Nada, nenhum estudo com foco na retenção dessas águas. Esse paradigma precisa mudar, e logo.
    Reter, pelo menos parte das águas pluviais no exato local onde elas caem é o grande desafio das cidades. Depois que elas adquirem força, volume e energia, pouco ou quase nada resta fazer.
    Celinha, você não informou onde vai ocorrer o curso. Seria legal se pudéssemos trazer um desses engenheiros para dar uma palestra aqui em Itajubá.

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  2. Também pensei nisso Chico. A cidade podia promover essa discussão, já que é refém de sua falta de planejamento e prevenção histórica. O curso será em São Paulo e o contato é da Associação Brasileira de Cimento Portland.

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  3. Celinha, quem sabe um dia chegaremos nesse tipo de pavimentação, hein ???

    http://www.youtube.com/watch?v=pFVTogWTG8M

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