sábado, 12 de fevereiro de 2011

Eu não quero ser só!

Tenho que me acostumar a viver mais só. Meninos não mais meninos. Companheiro em viagem. Isso tem sido cada dia mais comum aqui em casa. E eu, desconfortavelmente, experimentando a sensação da solidão, de quem fugi minha vida inteira.
Para os mais próximos que, porventura, tenham condições de cuidar de mim, um pouco que seja, quando eu estiver bem velha, meu aviso precoce: nunca me deixem só. Quando eu não mais tiver condições, me ponham numa casa movimentada, cheia de gente de todo tipo, que veio de todo lado, com histórias diversas de vida. Quero ir prum asilo, daqueles bem animados, com velhinho maluco, velhinha que ficou esclerosada e fala palavrão bem alto, kkkkkkkkk. Acho que me divertiria. E não vou me sentir abandonada pela família coisa nenhuma. Quero sociabilizar sempre, eternamente. 
É urgente mudarmos nossa cultura, de apego familiar. Velhinhos ficam bem entre velhinhos. Assim como deixamos as crianças na creche e os mais crescidinhos na escola, velhinhos também podem ficar em espaços adequados para sua condição, sua idade, seu cuidado. Não é sinal de abandono, é afeto também.
Já tô avisando: eu quero ir pra um asilo, que poderia, muito bem, mudar de nome e conceito. Devia chamar, por exemplo:  Bar Esperança,  Prá lá de Marakesh, Túnel do Tempo........ Aceito sugestões para minha e nossa morada.

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