segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Livros só mudam pessoas!

Transcrevo, abaixo, um texto que eu retirei do blog 'Livros só mudam pessoas', sobre a importância de se cultivar o hábito da leitura. Queria que Itajubá tivesse uma biblioteca viva, cheia de atividades de incentivo à leitura. Uma não. Muito mais que isso. Uma biblioteca que tivesse braços itinerantes, que pudesse ir buscar o leitor onde ele possa estar. O potencial leitor.
Queria eventos ligados ao livro, projetos de distribuição deles, livros na rua, gritando, chamando leitores por todos os lados. Ah, essa é a cidade que eu sonho!

Vale ler este texto, assim como vale conhecer o projeto da Colômbia, que se chama Rede Capital de Bibliotecas Púiblicas, de Bogotá. Maravilhoso!


Embora haja conquistado alguns avanços no setor da educação, o Brasil ainda se encontra longe do patamar louvável de qualidade na escola pública. Registra-se, sobretudo, notória omissão no sentido de se incentivar os alunos no encaminhamento ao hábito da leitura, com o objetivo de neles desenvolver a capacidade de compreender diversificados tipos de texto. Recentes avaliações comprovam que, em países líderes na tabela do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, entre eles a Finlândia e o Canadá, o hábito de ler decorre, principalmente, do estímulo recebido em casa e da influência exercida pelos pais e familiares.
Um exemplo preciso da eficácia desse produtivo estímulo vem da Coreia do Sul, país que há 60 anos detinha elevados índices de analfabetismo. Para superar o problema, foi introduzida uma reforma educacional que incluía a leitura como item fundamental ao desenvolvimento do ensino de alto nível. Empresas, fundações e as próprias famílias se reuniram em torno do projeto, merecendo registro especial o fato de que uma das maiores redes destinadas à educação, denominada Crianças e Bibliotecas, nasceu da iniciativa de um grupo de mães resolutamente decidido a aprimorar os conhecimentos e as aptidões de seus filhos. Os excelentes resultados não se fizeram esperar: a Coreia do Sul atualmente ocupa uma das lideranças na aferição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos.
No Brasil, lamentavelmente, o apego aos livros não é cultivado nem mesmo em meio a alguns mestres. Partindo da premissa de que todo tipo de leitura é válido e contribui, cada qual a seu modo, para a ampliação do discernimento cultural, é constrangedor constatar que são ignorados, por inúmeras escolas, tanto os clássicos da literatura nacional e internacional quanto jornais, revistas e, até mesmo, “blogs” da Internet, todos eles portadores de inegáveis parcelas de contribuição ao costume de ler.
Como já não existe o estímulo em casa, a atuação ineficiente de algumas escolas praticamente em nada contribui para atrair a atenção dos estudantes em relação aos livros. Os analfabetos funcionais se multiplicam, portanto.
Em outros casos, entretanto, ocorre o inverso. Os professores podem exigir além do recomendado para faixa de conhecimento e tornar improdutiva a leitura de obras clássicas pela difícil compreensão, inadequadas para a faixa etária das crianças e adolescentes para a qual elas são prescritas. Às voltas com um livro cujo conteúdo escapa à natural capacidade de entendimento da sua idade, os alunos terminam por rotular de “chata” a literatura como um todo, algo visto como uma obrigação enfadonha e não, como a forma inesgotável de entretenimento e descobertas que realmente é.
Ainda que seja sempre indiscutível a importância da escola no processo de aprendizado, vem se impondo, cada vez mais, o consenso de como é importante a contribuição da família para contagiar os filhos quanto ao saudável interesse por livros, jornais e revistas, com o cuidado de ressaltar o que significa, na consolidação da autoestima de cada um, o fato de tornar-se informado, atualizado e competente para o exercício de futuros desempenhos profissionais.
Fonte: Diário do Nordeste

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